Mesmo com o protesto da população, os vereadores aprovaram o aumento dos subsídios para agentes políticos na sessão de ontem. Cerca de 30 pessoas foram acompanhar a votação. Alguns com faixas e mensagens contrárias ao reajuste projetado pelos legisladores. A proposta foi elaborada pela câmara e usa como base o valor pago aos deputados estaduais.
Dos oito vereadores, Joel Barcelos Mallmann (PSB) e Aloísio Mallmann (PSD) foram contrários.
Joel foi o primeiro a falar sobre o acréscimo. Questiona a forma com que o projeto foi elaborado. Segundo ele, foram realizadas duas reuniões antes da apresentação da matéria. “Combinamos algo que não se concretizou.”
Afirma que foram propostas emendas para mudar o texto e a prorrogação do prazo para votar os projetos, mas depois foi encaminhado em regime de urgência, impossibilitando que uma sessão extra seja agendada. “Esse trâmite é legal, mas será que é ético?”
O presidente da câmara, Juarez Fülber (PPS) criticou a postura de Joel. Disse que ele pouco participa dos encontros das comissões do Legislativo. Alegou que em nenhuma ocasião ele trouxe emendas parlamentares de Brasília. “Assumo a responsabilidade dos projetos.”
Por lei, o subsídio dos políticos deve ser definido no último ano de governo. Hoje, os nove vereadores custam R$ 35.375,54 por mês aos cofres públicos municipais. Em 2013, serão 13 parlamentares. Por ano, o custo será de R$ 841 mil para os subsídios dos vereadores.
Para prefeito, o valor será de R$ 19,4 mil. O vice passa a receber R$ 9,7 mil. Para os secretários municipais, o subsídio será de R$ 7.360 (veja no boxe).
Moradores desaprovam aumento
Jorge da Silva, 49, comerciante:
“Sou contra esse aumento. Hoje o valor pago aos políticos é suficiente. Amaioria das pessoas trabalha por um salário mínimo. É uma vergonha.”
Arivaldo Pedro Kcho, 78, aposentado:
“Parece piada. Trabalhei a vida toda, pagando a previdência para receber um salário mínimo e os políticos aumentam o próprio salário.”
Álvaro Fraga, 78, aposentado:
“Acho um absurdo. Meu último aumento foi há 16 anos.”
Valdoni dosSantos, 62, servidor público:
“Isso é uma vergonha. Apopulação precisa reclamar. Temos outras prioridades que precisam de dinheiro. Acho que eles deveriam ganhar o mesmo aumento dos funcionários municipais, que tiveram 7% de reajuste.”