O trânsito é um dos principais problemas do município. Dados da Polícia Civil apontam que 29 pessoas morreram em acidentes nos últimos 27 meses. O levantamento foi feito de janeiro de 2010 a 29 de março de 2012.
Só neste ano aconteceram duas mortes. Uma delas é a de Adair Costa da Silva, 25. Ele voltava de uma festa, no bairro Languiru, quando perdeu o controle da motoneta que dirigia, no dia 7 de janeiro, e bateu em um poste na rua Carlos Arnt. O irmão José Luiz Costa da Silva, 28, soube do acidente por volta das 4h30min.
“Até hoje não sabemos o que aconteceu, porque o capacete dele não teve um arranhão.” Reconhece, entretanto, que o irmão foi imprudente: na festa, tinha bebido um pouco de cerveja, podendo contribuir para a fatalidade.
O outro caso foi de um aposentado. Ele foi atropelado enquanto atravessava a Carlos Arnt, em frente a um centro de formação de condutores. O motorista de 18 anos tinha recebido a Carteira Nacional de Habilitação há dois meses.
Para o diretor do Departamento de Trânsito, Rodrigo Fernandes, o índice é alto e preocupante. Ele destaca três fatores para a mortandade no trânsito: uma frota de 17,4 mil veículos em um município com 27,7 mil habitantes; a facilidade para conseguir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a imprudência dos motoristas.
As estatísticas motivaram uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito no início de março. Com o apoio dos integrantes, o departamento iniciou a implantação de quebra-molas nos principais pontos de acidentes. Três deles serão instalados na Carlos Arnt.
Fernandes afirma que recebe críticas pelas medidas tomadas a partir dos dois últimos crimes de trânsito. Mas, salienta, é a melhor forma para obrigar os condutores a diminuírem a velocidade. “Temos uma média de 20 multas por semana, o que é um absurdo”, irrita-se.
Mais mudanças
O diretor de trânsito estuda outras medidas. Uma delas é a instalação de sinaleiras na rua Dom Pedro II, na esquina com a Arnaldo Krug, no bairro Canabarro. O ponto é considerado um dos mais perigosos do município.
Para tanto, engenheiros de trânsito de Porto Alegre foram contatados para averiguar a viabilidade da iniciativa. Ainda não há uma definição sobre essa possibilidade.
Um acidente por dia
Em 1º de março, o jornal A Hora publicou uma matéria que comprova o perigo do trânsito teutoniense. Um levantamento da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Estadual apontou que, em 2011, foram 486 acidentes, o equivalente a 1,3 caso por dia. A ERS-128 (Via Láctea) é a com maior incidência: 70 ocorrências.
A Carlos Arnt é o ponto mais perigoso do perímetro urbano: 45 casos só em 2012, representando 9,3% do total. Ela é usada pelos motoristas como uma via alternativa para quem quer evitar a rodovia estadual.
Duplicação da Via Láctea
As autoridades estão firmes pela duplicação da rodovia estadual. Acreditam que o número de acidentes reduziria caso houvesse o alargamento da pista atual. Conforme Fernandes, o assunto foi debatido na última reunião do Conselho de Trânsito. O pedido é para que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) faça, pelo menos, medidas emergenciais, como a substituição das rótulas atuais.
Exemplo de Lajeado
Em fevereiro de 2010, o Executivo lajeadense sofreu críticas ao alterar o trânsito das ruas centrais. Um ano depois, as reclamações cessaram. O número de mortes diminuiu drasticamente: das 11 mortes registradas em 2009 para uma em 2010.