Codevat se impõe

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Codevat se impõe

O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) escolheu sete prioridades que defenderá nos próximos dois anos.

A entidade é o principal elo regional com o governo do estado. Neste mês, reelegeu como presidente Ney Lazzari. Com baixa participação de entidades, foi criticado pela atuação em 2011, e mudou o foco para a nova gestão.

Lazzari abre espaço para a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT) mostrar suas prioridades. Serão tomadas posições mais firmes em relação a problemas eloquentes, como na troca de concessão de abastecimento de energia elétrica e mudanças nos contratos dos pedágios do estado.

Acessos asfálticos aos municípios

Situação atual: oito cidades no Vale, dentre as 110 do estado, sem acesso asfáltico.

cO atraso na conclusão do asfaltamento dificulta a divulgação de projetos, como implementar rotas turísticas, instalar empresas e a atividade agropecuária. Apenas a obra de Itapuca está concluída.

Cerca de 70% do orçamento estadual está relacionado à construção de acessos asfálticos. São R$ 17,2 milhões projetados para pavimentação dos acessos de: Relvado, Boqueirão do Leão, Canudos do Vale, Arroio do Meio, Capitão, Forquetinha e Sério.

Duas das sete pavimentações são feitas com investimentos de construtoras, sem os recursos do estado: as ligações de Boqueirão do Leão a Sério e de Forquetinha ao bairro Conventos, em Lajeado.

Objetivo: pressionar autoridades a agilizarem o processo de asfaltamento. Ney Lazzari diz que a falta de um acesso adequado aos municípios não afeta apenas o econômico, mas interfere no direito das pessoas. “Todo cidadão tem direito de ir e vir.” Uma pesquisa diz que acessos precários interferem de forma direta no índice de Produto Interno Bruto (PIB) estadual.

Trem turístico (Estrela/Guaporé)

Situação atual: seis vagões estão parados há dez anos. Eles têm capacidade para 60 passageiros cada um. Em 2010, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) repassou a sucata para a Ferrotur Instituto Inprefer, que ficou responsável pela manutenção e execução do projeto turístico deles.

A reforma dos vagões pode chegar a R$ 2 milhões. Mas até então nada foi feito. O passeio planejado era por pontos turísticos naturais, com destaque para o viaduto 13, em Vespasiano Corrêa, o maior da América Latina.

No início desta semana, a empresa Ferrotur Instituto Inprefer anunciou que devolverá os vagões ao Dnit, por falta de recursos para colocar em prática o projeto.

Objetivo: encontrar uma nova empresa que tenha interesse em reformar os vagões para que o trem funcione e se torne um atrativo turístico. A rota planejada é Estrela até Guaporé.

Energia elétrica AES Sul

Situação atual: municípios atendidos pela AES Sul acumulam problemas devido à insuficiência no fornecimento de energia elétrica. As oscilações de luz danificam equipamentos e forçam empresas a reduzir a jornada de trabalho.

As principais reclamações são: sucateamento das redes e dos postes, falta de investimento e manutenção, carga de energia insuficiente e mau atendimento aos clientes.

O contrato com a AES Sul foi assinado em 6 de novembro de 1997. E seguirá até 2027. Estão previstas em resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) punições, caso o serviço seja deficiente ou inadequado. Mas, como nos contratos com as concessionárias de pedágios, não foi acordado melhorias em rede.

Objetivo: Troca de concessão. Codevat mobiliza a região para que gere provas contra a empresa e proteste, solicitando o abastecimento de energia elétrica por outra fornecedora. O Conselho quer tirar a AES Sul da “zona de conforto”.

Duplicação de Rodovias

Onde:

*BR-386(Estrela/Tabaí; Lajeado/Tio Hugo; Lajeado/Forquetinha)

*ERS-130(Venâncio Aires/Muçum)

*Via Láctea(Teutônia)

*Rota do Sol(Estrela/Teutônia)

Situação atual: a duplicação da BR-386, principal ligação com a região metropolitana, deve ser concluída no fim de 2013. O entrave está em oito quilômetros do trecho, que poderão prejudicar o andamento devido à realocação das 25 famílias indígenas que moram na divisa de Bom Retiro do Sul e Estrela.

Líderes regionais buscam ampliar o trecho de duplicação da rodovia até Tio Hugo e alguns inclusive já cogitam Iraí.

Como segunda prioridade entre as rodovias está a ERS-130. O projeto, que está avaliado em R$ 5 milhões, deverá prever a duplicação no trecho compreendido entre Venâncio Aires, Cruzeiro do Sul, Lajeado e Encantado, englobando a extensão que cruza Arroio do Meio, totalizando 60 quilômetros.

A Rota do Sol e a Via Lactea serão solicitadas em um pacote.

Objetivo: mobilizar a região com comissões de duplicação e estender o projeto até Iraí. Será solicitado um projeto executivo de trechos de 25 quilômetros para agilizar o processo. O primeiro seria de Lajeado até Forquetinha. O Codevat trabalha com os prazos: dois anos para elaboração do projeto e dez anos para execução da obra.

O grupo solicitará ao governo do estado que inclua essas obras na lista de reformas, quando negociar com a concessionária que assumirá os pedágios.

Agronegócio

Situação atual: o agronegócio mantém o ritmo de crescimento acelerado. Está alicerçado pela produção e industrialização de leite, de suínos e de frangos. Desde 2005, a região começou um trabalho intenso com leite, se tornando referência no estado em saneamento (saúde e economia da cadeia).

Pesquisa realizada pela Univates, há cinco anos, indicou que 82% do Valor Adicionado Fiscal da região provinha do agronegócio. Dados apontam que o setor é a base econômica de 35 municípios do Vale do Taquari.

Os produtos de origem animal, como a avicultura, são os principais. A região é responsável por 26% da criação avícola do estado. A participação do rebanho de suínos chega a 22%; e a de leite, a 12,5%. A produção de madeira (acácia, eucaliptos, pinus) chega a 12,6 %, fumo 6%, erva-mate 31,2%, além dos segmentos de flores, hortifrutigranjeiros, vitivinicultura, piscicultura e outros.

Objetivo: organizar a cadeia leiteira. A meta é que não apenas os produtores mais fortes sobrevivam do leite, mas os pequenos também. O Codevat quer incentivar os produtores na busca pela qualificação a fim de terem melhor retorno financeiro e conseguirem atingir o mercado externo.

Contratos dos Pedágios

Situação atual: conforme dados do sistema de pedágios, o Vale do Taquari, com população de 300 mil habitantes, em 2010 pagou mais de R$ 100 milhões em pedágios. O segundo colocado é o polo da região metropolitana, com mais de três milhões de habitantes. Eles pagam R$ 96 milhões em pedágios. Simplificando, cada habitante da região pagou R$ 300 no ano, enquanto que na metropolitana cada um pagou R$ 30.

A região está cercada por praças de pedágios: Fazenda Vilanova, Cruzeiro do Sul, Encantado, Boa Vista do Sul e Marques de Souza.

Objetivo: o Codevat formulou um documento e o entregará ao governador do estado. Ele expõe opinião em relação aos pedágios: as atuais concessões não devem ser renovadas, mas cumpridas até seu término; devem haver novas licitações com novos regramentos; devem ser estabelecidos investimentos proporcionais aos recolhimentos; os valores cobrados devem ser revistos; e implantação do Conselho de Usuários, para monitoramento de investimentos, possibilitando a fiscalização e o controle social.

Porto de Estrela

Situação atual: há 20 anos foram investidos R$ 25 milhões para a construção do Porto de Estrela. Ele tem 12 hectares e está subaproveitado. As cadeias de transporte da região não levam em conta a utilização dele.

Com capacidade para movimentar até 3 milhões de toneladas por ano, recebe pouco mais de 30% do total, deixando ocioso todo o restante. Os principais produtos são soja para exportação, além de areia e milho destinados ao mercado interno.

O porto tem capacidade para receber qualquer tipo de mercadoria, como automóveis, couro, pedras, móveis e alimentos. Os principais problemas são a concorrência com o modal rodoviário e a falta de oferta regular do transporte ferroviário.

Objetivo: privatizar as operações para tornar o Porto uma plataforma logística. Criar um projeto de uso. Racionar. Ter uma maior conexão com Rio Grande e Uruguai, país destaque na linha de pinos (usado no setor moveleiro).

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