A comissão de sindicância do município investigará se houve irregularidade no asfaltamento da rua Umbú, durante a gestão de Danilo Bruxel. O trabalho se inicia na próxima semana.
A sindicância foi proposta depois que cerca de 20 moradores processaram o Executivo. Alegam que houve falha na cobrança de contribuição de melhoria – quando os moradores pagam parte da obra – e pedem ressarcimento. A pavimentação ocorreu em 2008.
Segundo o assessor jurídico do município, Leandro Caser, o ressarcimento é estimado em R$ 150 mil. Ele acredita que o valor pode ser maior, caso mais moradores ingressem na Justiça para reaver o dinheiro.
Caser informa que o ex-prefeito não encaminhou um projeto ao Legislativo, pedindo autorização para fazer a cobrança dos moradores. Acrescenta que a Justiça arroio-meiense considerou a cobrança ilegal, o que teria motivado prejuízo aos cofres públicos.
Bruxel rechaça a hipótese. Conforme ele, o pedido foi feito aos vereadores e aprovado. Aponta que, na proposta, os produtores rurais que comprovassem a atividade pagariam 25% da pavimentação, quando o usual é 75%.
Ele concorda com a abertura de sindicância. Acredita que esta é a melhor maneira de verificar se houve irregularidade e encontrar o responsável. A obra custou R$ 1.579.744 para asfaltar 1,3 quilômetro da estrada geral Umbú. Parte dela foi paga pela comunidade.
Moradores reclamam
Esta é a segunda vez que moradores pedem ressarcimento pelo custeio de parte da obra. O produtor rural Ari Saling diz que o asfalto foi uma promessa de campanha de Bruxel nas eleições de 2004. O então candidato teria se comprometido a pavimentar o local sem cobrar os moradores.
Saling pagou cerca de R$ 32 mil. Reclama que houve descumprimento do acordo, como a construção de acostamento e a canalização da rua. Eles acionaram a Justiça e foram ressarcidos.
Vilson Gräf também processou a administração municipal e pede R$ 3 mil investidos de volta. No total, 56 pessoas contribuíram com a pavimentação.
Ressarcimento
Caser acredita que a Justiça decidirá em favor dos moradores. Caso isso ocorra, o ressarcimento será feito com o dinheiro do município, afetando a gestão do atual prefeito, Sidnei Eckert.
O assessor jurídico estuda a possibilidade de acionar a Justiça contra Bruxel, solicitando a devolução do dinheiro à comunidade afetada. Para ele, Eckert não pode ser responsabilizado por uma eventual falha do gestor anterior.