Polícia encontra suspeita de latrocínio em bordel

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Polícia encontra suspeita de latrocínio em bordel

aA briga entre mãe e a fi­lha mais velha resultou na morte de Jerri Luis Monari, 38, natural de Travesseiro, e deixou uma mulher baleada no rosto. A suspeita pelo crime, Sirlei dos Santos Martins, 40, foi detida na tarde de ontem, na casa de parentes em Cruzeiro do Sul. Até o fechamento desta edição, prestava depoimento na Delegacia de Polícia.

O crime ocorreu às 2h30min de ontem, no Bar Colonial, mais conhecido como Casarão, no cen­tro. No local, funciona um bordel e uma pensão. A polícia trabalha com as versões das testemunhas e da mulher ferida, Selsi Kolberg, 44, que segue internada em estado re­gular no hospital.

Segundo informações, Sirlei pro­curava a filha para impedir que se prostituísse. A mãe passou por pelo menos três estabelecimentos na mesma noite à procura da jovem.

A suspeita conhecia Selsi, que trabalhava na boate, e lhe pediu para ir até o quarto para conver­sar. Foi lá onde apontou um re­vólver para a cabeça da vítima e a obrigou a deitar sobre a cama. Sirlei colocou o travesseiro sobre a cabeça da mulher e disparou.

Monari dormia em um dos quar­tos. Ouviu a briga e saiu para ver o que estava ocorrendo. Foi quando levou um tiro na cabeça. A mulher fugiu do local em seguida e levou R$ 800 de Selsi.

Mesmo baleada, Selsi conseguiu pedir socorro. Na rua, se debruçou sobre o portão da casa ao lado e desmaiou. A Brigada Militar (BM), que estava passando pelo local, viu a mulher deitada no chão e a levou ao hospital.

Por volta de 3h30min, quando os policiais militares foram até a pensão procurar os documentos de Selsi, se depararam com Monari morto no corredor morto.

A polícia investiga o motivo que levou a briga das duas mulheres e porque Monari estava envolvido. Ele trabalhava como servente de pedreiro em Arroio do Meio e mo­rava na pensão há um ano, onde também trabalhava de garçom nos fins de semana.

Última visita à família

Monari esteve com a sua famí­lia no domingo à tarde, oito horas antes de ser morto. Natural da comunidade de São Miguel, Tra­vesseiro, ele gostava de passear na casa dos pais Ivo e Irma Maria Monari.

Conforme um dos seus primos, Vianei Barcelli, Jerri insistia para que ele viesse morar com ele na cidade. Planejava comprar um carro e, mesmo contra a família, morava na pensão porque o custo do aluguel é menor –R$ 250 por mês. A família conta que a vítima queria morar no centro porque não tinha carro.

O pai, emocionado, relata que nunca visitou o filho na pensão porque desaprovava sua moradia. E diz que o aconselhou a terminar um namoro com uma mulher se­parada. “Achei que o ex-marido pudesse fazer alguma coisa com meu filho.”

Polícia procura pela suspeita

Depois de conversar com o ex-marido, agentes da Polícia Civil ini­ciaram as buscas na cidade. A mu­lher não foi até a creche levar a filha, como dizia a versão do ex-marido.

Em sua casa, havia roupas e ob­jetos atirados pelo chão. Conforme o delegado Selig, os sinais eram de que alguma pessoa passou rápido pelo local. Ela teria pago um taxis­ta para leva-la até Lajeado. A polí­cia o procura para saber o destino da acusada.

Demora do IGP

Esse foi mais um caso em que a família teve que aguardar dez horas a libe­ração do corpo. A família Morari esperou a chegada dos peritos do Instituto Ge­ral de Perícias (IGP) de Ca­xias do Sul em frente ao lo­cal, onde ocorreu o crime.

Emocionados, queriam ver o filho, mas foram impedidos para não prejudicar as pro­vas. Policiais militares fizeram a guarda do local.

A arma do crime

Na manhã de ontem, o ex-marido da acusada foi até a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento de seu revólver calibre 38 tau­rus, do qual tem registro na Polícia Federal.

O delegado João Alber­to Seling, que investigava o caso, pediu um depoi­mento para o homem. Ele alegou que sua ex-mulher foi até a sua casa na noite anterior e dormiu no lo­cal. E que na manhã de ontem, levou a filha de 2 anos para a creche.

O homem tem antece­dentes na polícia por trá­fico de drogas e na visão do delegado, está acober­tando a mulher. Ao lado do corpo foi encontrado um projétil que foi enca­minhado para a perícia e poderá ser uma das prin­cipais provas.

Assim que a suspeita for localizada, será solicita­da a prisão preventiva. O delegado diz que mesmo sabendo que a mulher é a culpada, ela não poderá mais ser presa em flagran­te. Porém, também não poderá ficar em liberda­de, visto que demonstrou ser uma mulher agressiva. Ela será acusada de latro­cínio – roubo seguido de morte.

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