Colégios estaduais da região paralisam aulas

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Colégios estaduais da região paralisam aulas

aO Centro dos Professores do RS – Sindicato dos Tra­balhadores em Educação (Cpers/Sindicato) confirma a suspensão das aulas em pelo menos 20 escolas da região entre amanhã e sexta-feira. Trata-se de uma forma de pressionar o governo a pagar o piso na­cional do Magistério.

Segundo a presidente do 8º núcleo do Cpers, Luzia Hermann, cerca de 70% dos colégios estaduais do Vale ade­riram ao protesto, número que pode aumentar hoje, quando reuniões serão realizadas para organizar os atos dos professores.

As aulas param em diversos mu­nicípios. Em Lajeado, todas as escolas estaduais garantiram participação. Ontem à tarde, colégios em Estrela, Tabaí, Teutônia, Arroio do Meio, Ta­quari e Cruzeiro do Sul também ade­riram à mobilização.

Nos dois primeiros dias de mani­festações, cada município organiza suas atividades. Em Lajeado, profes­sores, funcionários e alunos farão uma caminhada. Eles partem da Escola Érico Veríssimo, no bairro São Cristóvão, às 8h30min.

O protesto segue até o Colégio Pre­sidente Castelo Branco, onde os mani­festantes farão ato em defesa do cum­primento da lei do piso nacional. Em Estrela, os professores estarão na Praça Menna Barreto, apresentando à popu­lação as reivindicações da classe.

Professora do estado há 12 anos, Magali Schnor diz que a proposta do governo é um deboche. “Querem pagar o piso de 2010 daqui a quatro anos.” Segundo ela, caso o estado mantenha a proposta, é possível que a paralisação se estenda.

Opinião compartilhada pelo professor Ismael Garcia, da Escola Estadual Reynaldo Affonso Augus­tin, de Teutônia. Há dez anos ele leciona em colégio público. Lembra que o governo federal deve separar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.

A pressão em Porto Alegre, mar­cada para a sexta-feira, foi anteci­pada para hoje. Professores da capi­tal plantão em frente a Assembleia Legislativa, na tentativa de que o governo retire o projeto de reajuste dos professores, que deve ser votado até a quinta-feira. Os professores da região não devem ir à Porto Alegre.

As propostas do Estado

– Dar aumento de 23,41%

– O piso seria de R$ 1.260

– Projeta pagar até 2014

– Em três parcelas: 9,84% em maio, 6,08% em novembro e 6% em fevereiro

Do Sindicato

– Receber o piso nacional de R$ 1.451

– Alteração de valores ainda em 2012

– Pagamento em três parcelas iguais de 22,41%: para maio, agosto e novembro

Estudantes apoiam manifesto

A luta dos professo­res invadiu as salas de aula. Grêmios estudan­tis prometem ajudar nos protestos. Presidente da entidade na Escola Cas­telo Branco, o estudan­te do 2º ano do Ensino Médio, Pedro Henrique Portela, 16, mobiliza os colegas a aderirem ao manifesto. “Enviamos e-mails e colocamos infor­mações no mural sobre a luta dos professores.”

Na escola, cerca de 30 alunos se revezam nas atividades. Para a cami­nhada de quarta-feira, os estudantes confec­cionam cartazes. Portela ressalta que é melhor parar no início do ano letivo do que fazer uma greve nos últimos meses do ano. Segundo ele, a maioria dos estudantes do Ensino Médio é favo­rável à paralisação.

O representante co­mercial José Carlos Por­tela, pai de Pedro, con­corda com a cobrança dos professores. Na opinião dele, mesmo com o cumprimento do piso nacional, a classe precisa de salários mais condizentes com a im­portância da profissão.

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