O Plano Nacional de Educação exige que os municípios ofereçam, a partir de 2016, vagas gratuitas para todas as crianças de 4 e 5 anos.
A região está adiantada. Dos 37 municípios, apenas três não têm escolas de Educação Infantil. Hoje, existem 101 creches e, só neste ano, serão construídas outras 15.
Mesmo assim, há carência de espaço para acomodar as mais de 25,5 mil crianças de zero a 6 anos do Vale. É o caso do motorista de guincho Roberto Sciascia. Morador do bairro São Cristóvão, em Lajeado, ele busca vaga para sua filha de 9 meses desde julho de 2011. “Sei que faltam vagas, mas vi pessoas que estavam depois de mim na fila serem atendidas.”
Ele afirma que protocolou pedidos junto à administração municipal e procurou a Promotoria Pública. Nada foi resolvido. Assim como ele, sua mulher trabalha durante o dia e tem dificuldades para conciliar o emprego e os cuidados com a filha.
Hoje, os três únicos municípios desprovidos de creches municipais são Anta Gorda, Pouso Novo e Nova Bréscia. No entanto, ambas as administrações municipais iniciaram a construção das escolas com capacidade para até 120 crianças. A previsão é que até o meio do ano, todas as cidades do Vale tenham instituições infantis gratuitas à disposição.
Desafio é suprir a demanda
Teutônia tem 12 escolas de Educação Infantil. Destas, 11 são particulares. Algumas empresas auxiliam no pagamento das mensalidades.
Conforme a diretora da creche Azaléia, Ivanice Echer, no bairro Teutônia, a maioria repassa parte do valor à instituição. O restante é custeado pelos pais. O problema está quando o pai é demitido, pois as empresas cortam os repasses.
A administração municipal inaugurou em 2011 uma creche no bairro Canabarro, que atende cerca de cem crianças. É a primeira escola municipal. As demais são comunitárias e recebem todo mês subvenções do Executivo, totalizando cerca de R$ 1 milhão por ano.
Conforme a secretária Inara Bohmer, o objetivo é ampliar a oferta de vagas na rede municipal de forma gradativa.
“Queremos municipalizar essas escolas”
Hoje, Teutônia atende 980 crianças nas escolas de Educação Infantil e há déficit de vagas no berçário. “Isto ocorre em virtude do crescimento do município. Muitas famílias vêm à procura de trabalho e nem sempre é possível atender imediatamente à demanda.”
Em Estrela são atendidas 1.004 crianças nas dez creches existentes. Para resolver o problema da falta de vagas serão investidos R$ 5,8 milhões em reformas, ampliações e construção de duas novas creches.
São R$ 3,3 milhões do município e outros R$ 2,5 milhões do governo federal. Os bairros das Indústrias, Pinheiros e Loteamento Popular receberão as duas novas escolas.
Carência de vagas em Lajeado
Maior cidade do Vale do Taquari, Lajeado tem 6.033 crianças de até 6 anos. O Executivo atende 2,376 mil delas nas 23 creches municipais. As demais ficam em casa ou na rede particular. Em novembro de 2011, a carência era de 400 vagas, a maioria para crianças de zero a 3 anos.
Conforme a secretária da Educação, Rejane Ewald, 585 é o número de vagas criadas nas escolas infantis de Lajeado. Deste número, 129 são vagas novas, que não existiam e as outras 456 são vagas geradas por crianças cuja idade não permite que sigam frequentando a Educação Infantil. “Estudamos a criação de duas novas turmas.”
Apesar das novas vagas criadas, a secretária admite que há filas. Ela comenta que o número de alunos da rede infantil varia toda semana, pois as novas matrículas ocorrem durante todo o ano letivo. “O avanço da idade no meio do ano permite a troca de turma e a consequente abertura de vaga.” Ela salienta que alguns pais optam por manter seus filhos em casa.