O horário de verão termina à zero hora deste sábado. O ajuste não foi desfeito no terceiro sábado de fevereiro por ter caído no período do Carnaval. Os relógios foram adiantados em uma hora no dia 16 de outubro de 2011.
A alteração valeu para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste e para o Distrito Federal. Nesta edição, a Bahia aderiu à medida. De acordo com dados do governo federal, o aproveitamento da luz natural garantiu uma redução de 4,5% na demanda por energia elétrica no país.
Segundo o gerente comercial da Certel Energia, engenheiro eletricista Ernani Aloísio Mallmann, a diminuição deve chegar a 1.790 Megawatts (MW), o que equivale a uma cidade com cinco milhões de habitantes. Na Região Sul, a economia foi de 528 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes.
Lajeado foi um dos municípios do estado com maior índice de economia. Uma redução de 201 megawatts por hora (MW). Segundo dados da AES Sul, a economia de energia representa o consumo de um dia em uma cidade com 30 mil habitantes, como Estrela.
Em sua área de concessão foi registrada uma redução de 5,1%, cerca de 400 MW, na demanda durante o horário de pico no estado. Para a Certel, a economia foi de 4,5%. Nesta época, os maiores vilões do consumo energético são os ares-condicionados.
No campo a situação muda pouco. Nilo Cortez, engenheiro-agrônomo da Emater/Ascar-RS, lembra que os trabalhadores rurais têm seus afazeres atrelados à natureza e o posicionamento do sol. Portanto, com o horário “de volta ao normal” eles conseguem “ganhar uma hora de sono” e readaptar suas rotinas de acordo com os horários de serviços, como transportes e recolhimento da produção.
Aposentados e industriário preferem novo horário
Quase todos os dias, os professores aposentados Lodevino e Maria Olemira Parisotto acordam por volta das 6h para uma caminhada no Parque dos Dick, em Lajeado. Com o novo horário, acreditam que o local será mais e agradável para se exercitar ou sentar e apreciar a vista, sempre rica em detalhes.
Os moradores do bairro Moinhos recomendam a todos, trabalhando ou não, que acordem mais cedo para aproveitar o espaço no coração da cidade. “Não conheço outro lugar como este”, diz Parisotto. “É de uma paz muito grande.”
O casal diz preferir o novo horário, que traz a promessa de dias mais amenos e a aproximação dos meses mais frios.
O industriário Jorge Edir Lautner, 42, é uma das cerca de 600 pessoas trabalham entre as 23h e 7h em frigorífico de frangos em Lajeado. Segundo ele, o novo horário é melhor para descansar durante a tarde e acordar mais disposto para o serviço. “É muito ruim o calor que não dá trégua até às 20h”, diz. “Pelo menos consigo dormir um pouco mais cedo e descansar melhor.”
O lajeadense define que com o horário voltando ao normal perdemos uma hora de tarde e ganhamos uma hora de sono. Acredita que o período de economia não deixará saudade e o seu fim representa que o ano começou de fato.