O feriadão de Carnaval deste ano teve aumento no número de multas e prisões e redução nas mortes no trânsito. Entre sexta-feira e o fim da noite de terça, 2,2 mil motoristas foram fiscalizados. Destes, 73 estavam embriagados e pelo menos oito foram presos pelo crime.
A Brigada Militar (BM) e as polícias rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF) fizeram operações durante cinco dias. O número de embriagados é quase três vezes maior que o de 2011, quando 26 motoristas foram notificados.
A BM flagrou 32 motoristas bêbados, sendo que dez na madrugada de domingo. A PRF notificou 21. Destes, 14 no sábado. E a PRE autuou 20, em que o maior número foi emitido pelo Grupamento Rodoviário de Encantado.
No estado, a polícia flagrou uma média de 4,1 mil motoristas infratores por dia. Em 2011, no mesmo período, a média foi de 3,5 mil multas a cada dia. Foram 569 condutores autuados e 150 motoristas presos por embriaguez.
Na madrugada de ontem, por volta de 2h50min, um motorista que circulava embriagado teve estipulada fiança de R$ 10 mil. Ele trafegava em zigue-zague com uma caminhonete Tracker pela rua Silva Jardim, no bairro Praia, em Lajeado.
Ele foi abordado pela BM, próximo de um supermercado, com visíveis sinais de embriaguez. O teste apontou 0,93 miligramas de álcool por litro de ar expelido. O homem é reincidente no crime – foi flagrado em julho e em dezembro de 2011. Por isso, o valor da fiança foi maior. Como não pagou, foi recolhido ao Presídio Estadual de Lajeado.
Sem mortes
Neste ano não houve mortes no trânsito da região. Em 2011, foram registradas duas. Entre elas, a de Katiele Salton, 21, que morreu depois de colidir sua motocicleta Honda Biz em um caminhão Mercedes Benz, em Arroio do Meio.
A família ainda chora pela morte de Katiele, que deixou uma filha de 4 anos. Segundo a mãe Claci Maria, a jovem sonhava em cursar Turismo. Ela trabalhava na Univates. Separada há quatro meses, Katiele foi para uma festa de Carnaval na noite anterior a sua morte. Na manhã seguinte, na ida para o trabalho, morreu.
A motocicleta está trancada no paiol da casa. O quarto dela continua igual. Na época de Carnaval, a família prefere se resguardar. Nada de festas. O sentimento maior é a saudade. “Nossa vida não muda só no Carnaval, muda todo o dia”, se emociona o pai.
Ainda inconsoláveis, os pais esperam que os motoristas tenham mais atenção no trânsito, para que isso não aconteça em outras famílias. Pois, para eles, o Carnaval e muitas outras datas jamais serão iguais.