Nove municípios das duas regiões contabilizam os prejuízos devido ao temporal deste domingo (veja boxe). Em cerca de 30 minutos, árvores e postes foram derrubados e o fornecimento de energia elétrica foi interrompido.
O gerente da AES Sul, Luiz Krummenauer afirma que 15 mil clientes ficaram sem o serviço nas duas regiões. A prioridade da empresa foi atender os municípios do Vale do Rio Pardo, onde foram constatados os problemas mais graves. Até ontem à noite, três mil pessoas permaneciam sem luz.
No Vale do Taquari, o centro de Imigrante foi o mais atingido pela ventania. Sete postes caíram com a força do vento, por volta das 16h30min de domingo, afetando residências e empresas. Uma fábrica de luminárias suspendeu os serviços na segunda-feira de manhã devido à falta de energia elétrica.
Conforme o empresário Luiz Antônio Müller, o gerador de energia é insuficiente para atender a demanda. Apenas os serviços administrativos foram feitos.
A empresa teve outros prejuízos. O telhado do galpão da empresa foi arrancado pela ventania. A fábrica fica próxima da rua 10 de Outubro, no Centro, onde há um poste caído. O secretário de Obras, Guinter Hart, estima que 600 pessoas estejam sem luz.
Uma das prejudicadas é a aposentada Ladi Werkausen, 66. Ela teve dificuldades para chegar ao ponto de ônibus, pois a AES Sul não retirou o poste do meio da rua.
Falta de água
A interrupção no fornecimento de energia elétrica afeta o abastecimento de água, pois os poços artesianos não têm força para trabalhar. Os casos ocorrem em Imigrante e Estrela.
No primeiro, o problema está no centro. O chapeador Gilmar Andrade, 44, está sem água desde o domingo. Reclama que a AES Sul foi informada, mas não informou quando a situação será normalizada. Hart acredita que mais famílias podem ficar sem água, caso a empresa não tome alguma providência.
Em Estrela, cerca de 70 famílias das comunidades de Arroio do Ouro e de Linha Figueira ficaram sem água entre domingo e ontem. Nem os reservatórios foram suficientes.
Os mil litros da caixa d’água do casal de aposentados Edi Maria e Oliverno Felt acabaram pela manhã. O problema durou até a tarde de ontem, quando a energia elétrica foi retomada.
Ordenha afetada
Os produtores também foram afetados com a queda de luz. Em Arroio do Ouro, a interrupção do serviço durou quase 16 horas. Os moradores da região contam que o problema é frequente e tiveram de mudar suas rotinas.
Exemplo é a família de Atanásio Gregory, produtora de leite. Ele teve de acordar mais cedo e fazer o serviço manualmente, porque a ordenhadeira elétrica não funcionou. Atanásio reclama do atendimento da AES Sul. Diz que foram feitas várias tentativas para conseguir estabelecer um contato.
Com dez vacas leiteiras, produz cerca de 80 litros por dia. Quando a ordenha precisa ser manual, a quantidade diminui.
Em Santa Clara do Sul, o telhado da estufa de fumo de Rogério Elerth foi arrancado pela ventania. O material foi parar nas roças do fumicultor. Ele calcula um prejuízo de R$ 15 mil.
Vale do Sampaio
Dez minutos geraram um prejuízo de R$ 40 mil à Associação Esportiva e Recreativa Santo Antônio, em Linha Santana. O prédio de 1,3 mil metros quadrados teve 90% das telhas e parte das vidraças quebradas. Equipamentos como televisor, ventiladores e refrigeradores foram danificados.
O presidente Valdir König afirma que será difícil fazer o conserto. “A parte mais grave é que a associação não dispõe desses recursos.” Para buscar uma solução, marcou uma reunião com o prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus.