Velocidade na BR-386 aumenta para 80 km/h

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Velocidade na BR-386 aumenta para 80 km/h

O Departamento Nacio­nal de Infraestrutura Terrestre (Dnit) autori­zou o aumento de velo­cidade na BR-386, no duplicado de oito quilômetros entre os dois mu­nicípios. A rodovia passará dos atuais 60 km/h para 80 km/h.

A alteração depende da Sulvias – concessionária responsável pela manutenção do trecho -, que efe­tuará a troca das placas indica­tivas de velocidade. O gerente de relacionamento da empresa, Fer­nando Fróis ressalta que as novas sinalizações foram encomenda­das, mas o prazo para a instala­ção está indefinido.

Segundo o chefe do posto da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adão Vilar Madril, o aumento atende uma reivindi­cação iniciada há cerca de cinco anos pela comunidade. Afirma que a manutenção dos 60 km/h no trecho era incompatível, pois considera bom o estado de conser­vação da rodovia. “Enquanto isso, temos a velocidade em 80 km/h nos trechos de pista simples.”a

Madril acrescenta que as inten­sas fiscalizações da PRF no trecho motivaram a redução das mortes por crimes de trânsito na rodovia. Só em um fim de semana de janei­ro, 839 motoristas foram flagrados acima da velocidade permitida.

A rodovia voltará aos 80 km/h depois de quatro anos. Fróis lem­bra que, quando a comunidade pediu a retirada da mureta de proteção na parte central da rodo­via, o Dnit diminuiu da velocidade máxima. Para ele, este foi o moti­vo para o resultado de mortes.

Cautela

Os motoristas são cautelosos quanto ao aumento de velocidade. Caminhoneiro há 35 anos, Sérgio Luiz Ferreira, 58, considera peri­goso o novo limite. Afirma que os atropelamentos podem crescer, pois diversos pedestres caminham pelo acostamento. Ele opina ser mais ne­cessário investir em sinalização.

Para Daniel de Souza, 25, a mu­dança é necessária. Porém, solici­ta mais segurança aos pedestres. Sugere uma contenção na rodovia, para evitar que eles atravessem em locais perigosos.

Nova legislação permitiu a mudança

Madril informa que o au­mento só foi possível depois que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) mudou as normas de fiscalização de ve­locidade nas rodovias.

Em janeiro, um documento liberou as polícias rodoviárias estadual e federal a usar o ra­dar móvel em locais em que não há placas indicativas.

Cita outro obstáculo retirado com a nova regra: a PRF está livre de laudo técnico para soli­citar o aumento de velocidade nas rodovias federais. Antes, o órgão de tráfego responsável pelos trechos precisavam de um projeto informando a ne­cessidade do pleito.

Esta regra foi que frustrou, durante três anos, as tentativas da PRF de Lajeado. O impasse entre os governos federal e es­tadual sobre a quem pertence o trecho de oito quilômetros dificultou o processo.

A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), o Dnit e o Departamento Au­tônomo de Estradas de Ro­dagem (Daer) desconversam quanto ao assunto. A indefini­ção ocorreu no governo Yeda Crusius, que repassou o trecho para o governo federal. Até hoje, a União não reconhece o repasse.

Fiscalização continua

O inspetor refor­ça que a PRF per­sistirá com as fisca­lizações no trecho. Acredita que só assim continuará com o índice baixo de mortes devido ao trânsito no pe­rímetro. Acrescenta que os moradores da região estão acostumados com a presença das via­turas na rodovia, respeitando o limi­te de velocidade.

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