Erros na projeção de custos e identificação de famílias atingidas pela estiagem estão entre os principais problemas para receber os R$ 51,9 mil liberados pela Defesa Civil Estadual. Das 54 cidades da região e arredores, 21 pediram ajuda humanitária. Oito foram contemplados. São eles: Anta Gorda, Gramado Xavier, Mato Leitão, Doutro Ricardo, Nova Bréscia, Relvado, São José do Herval e Soledade. O dinheiro é para a compra de cestas básicas, combustível para a Defesa Civil, construção de reservatórios de água e outros.
Algumas cidades tiveram dificuldade no preenchimento das informações necessárias. Elas aguardam a liberação do dinheiro nesta semana (veja boxe). É o caso de Progresso, que solicitou ajuda há uma semana e meia.
Conforme o Secretário de Governo, Valcir Ângelo Orlandini, houve um problema na hora de especificar quantas pessoas recebem o benefício Bolsa Família. Ao todo, 395 famílias da cidade foram atingidas pela estiagem. O Executivo acredita que a verba seja encaminhada nesta semana.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, major Vinícius Renner, a liberação leva entre dois e três dias, caso as informações estejam corretas. Conforma dados da Agência Brasil, o governo federal trabalha em um projeto que repassará aos agricultores R$ 1,2 bilhão dividido em financiamento, seguro agrícola e ações de socorro. Na região, as perdas nas lavouras ultrapassam R$ 81,7 milhões.
Entre as ações no estado está a aplicação de R$ 10 milhões para investimentos de prevenção contra a seca, como perfuração de poços artesianos e recuperação de barragens. Os agricultores que tiveram perdas na safra 2011/12 poderão renegociar as operações de crédito por até cinco anos.
Esperam o recurso:
Barros Cassal, Canudos do Vale, Dois Lajeados, Fontoura Xavier, Progresso, Roca Sales, Sinumbu, Travesseiro, Vespasiano Corrêa, Vale do Sol, Ilópolis e Pouso Novo
Situação das Lavouras
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater-RS/Ascar, Nilo Cortez, as chuvas das últimas semanas foram insuficientes para recuperar os danos causados às lavouras. “Trouxe um pouco de ânimo aos produtores, mas precisa chover mais.”
As pastagens seguem castigadas pela pouca quantidade de água, sobretudo milheto, sorgo forrageiro e tifton. Confira como estão as demais culturas:
– fumo: a baixa umidade do solo prejudica o desenvolvimento das plantas;
– milho: as perdas registradas na primeira semeadura chegaram a 42% e produtores estão aproveitando para plantar a safrinha;
– soja: a estimativa é que a safra seja 22,33% menor que a esperada, pois o plantio foi atrasado em função da baixa umidade do solo;
– arroz: produção em ritmo lento em relação aos anos anteriores, as chuvas das últimas semanas ajudaram a aumentar a quantidade de água nas lavouras.