Os buracos e a poeira em pelo menos dois trechos da ERS-129, em Roca Sales e Bom Retiro do Sul, motivam protestos. Placas com reclamações ao longo da estrada e bloqueio do trajeto são alternativas para sensibilizar as autoridades.
Em Fazenda Lohman, entre Roca Sales e Colinas, os moradores esperam há mais de dez anos por asfalto. Há um mês, placas colocadas no trecho de oito quilômetros demonstram a insatisfação com as promessas políticas: “Sem asfalto, sem voto”, estampam as mais de 15 placas.
O aposentado José Bronca, 60, foi um dos primeiros a protestar. A principal reclamação é o excesso de poeira causado pelo tráfego pesado no trecho, que por vezes serve de desvio do pedágio.
Ele e demais moradores comentam que de Colinas até a divisa com Roca Sales, o trecho foi asfaltado em setembro de 2011. Por isso não entendem a demora em asfaltar o trajeto restante. “As autoridades são um pouco acomodadas”, reclamam.
Elaine Ponizio, 42, diz que as janelas ficam fechadas devido à poeira, pois sua mãe sofre com problemas respiratórios. “Tenho pouca fé que sairá o asfalto, porém, de repente, milagres acontecem.” Caso a reivindicação da comunidade não seja atendida, os moradores ameaçam realizar um protesto, trancando a rodovia.
O prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana respeita o protesto dos moradores, mas considera precipitado. Um projeto de pavimentação asfáltica do trecho de oito quilômetros foi protocolado no estado e aguarda a análise do Daer para realização. O custo estimado é de R$ 5,3 milhões. O município pretende firmar parceria com o estado para pagar a obra e iniciá-la ainda este ano.
Não há previsão para melhorias e obras
O Daer, pela 11ª Superintendência Regional, em Lajeado, ciente dos buracos no trecho de Bom Retiro do Sul não prevê melhorias imediatas. O órgão disse que realizará apenas serviços de patrolagem. Para isso, esperarão os dias chuvosos.
Sobre o trecho de oito quilômetros não pavimentados entre Roca Sales – Colinas, o Daer afirmou que fará um convênio com o município para a realização do asfaltamento. Não há previsão para melhorias e obras. A entidade disse que segue a ordem dos planos aprovados pela Secretaria de Infraestrutura e Logística e pelo governo do estado, a qual define os prazos.
Moradores organizam protesto
Em Bom Retiro do Sul, no trecho de 11 quilômetros da RSC-129 até Mariante, a condição da rodovia prejudica o trânsito. A estrada sem pavimentação tem muitas pedras na superfície. O fluxo de caminhões é constante, piorando a situação. A falta de cuidados do Departamento de Estradas de Rodagem (Daer) motiva os moradores a organizar manifestação.
Segundo o vice-presidente da comunidade da Beira do Rio, João Conceição, nas próximas semanas, eles fecharão o trânsito no trecho. Ele relata riscos de acidentes na estrada. Muita poeira e a largura da pista são apontados como os motivos.
Conceição lembra que há dois anos os moradores fizeram outro protesto, que resultou em algumas melhorias. Depois disso, a única manutenção feita pelo Daer foi passar com a patrola na estrada.
Motorista de ônibus aposentado, Conceição enumera prejuízos. “O carro não dá mais para andar e a moto do meu filho está com os amortecedores quebrados.” Placas proíbem o trânsito de veículos pesados. Mas, caminhões bitrem usam a rodovia para desviar do pedágio de Fazenda Vilanova. As placas de pontos de ônibus estão escondidas pelo mato que invade o acostamento.
