Açudes são alternativa contra estiagem

Notícia

Açudes são alternativa contra estiagem

O açude construído há 12 anos salvou as hortali­ças do Sélio Guzon, 65, de Forquetinha. O exem­plo dele será seguido por pelo me­nos 334 agricultores até o fim do ano. A Emater recebeu a liberação de R$ 410,4 mil na manhã de on­tem para construir 86 unidades e solicitou verba para mais 250.

Eles servirão como reservató­rio para irrigação das lavouras e consumo de animais. O trabalho faz parte do Programa Irrigando a Agricultura Familiar da Secreta­ria Estadual de Desenvolvimento Rural e iniciou antes mesmo da estiagem em novembro. O Pacote Seca repassará recursos para essa finalidade.

O governo do estado repassará 80% dos R$ 12 mil necessários para construir um açude. Os outros 20% serão por conta do município. Em contrapartida o agricultor terá que custear o sistema de irrigação que varia entre R$ 2,5 mil e 4 mil.

O gerente regional da Emater, Derli Bonine diz que a quantidade não resolve o problema da seca na região, mas auxilia na produção especifica de algumas proprieda­des. Em Arroio do Meio, 25 recebe­rão açudes dentro do primeiro lote, Forquetinha terá 11, Boqueirão do Leão – 10, e Teutônia – 3.

Para definir quais serão as pro­priedades contempladas no segun­do lote, foi criado um Comitê Regio­nal, em que fazem parte a Emater, a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), o Conse­lho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), a Federação dos Agricultores na Agricultura (Fetag), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Conselho de Desenvolvimento Territorial.a

Segundo Bonine, cada um dos açudes terá 1,2 mil quadrados. Eles terão capacidade para irrigar um hectare de plantação de milho por dois meses (sem chuvas).

O agricultor Guzon construiu um açude de 250 metros quadra­dos para irrigar sua produção. Ele abastece quatro cisternas, onde a água é distribuída para a lavoura. O investimento chegou a R$ 4,5 mil.

Ele cultiva meio hectare de hortaliças e cria 12 bovinos. Com as recentes estiagens a água do atual açude se tornou escassa. Para não correr o risco de faltar o abastecimento, ele projeta a construção de outra unidade, no programa da Emater.

O investimento estimado é de R$ 2.280, sendo que suas despesas serão de entorno R$ 500. “Esse in­centivo é bom, pois muitas pessoas não teriam condições de construir um açude por conta própria.”

Cidades em emergência receberão R$ 51 mil

No Vale do Taquari, até a tar­de de ontem, 31 cidades decre­taram Situação de Emergência devido à estiagem. Elas poderão encaminhar nos próximos dias um pedido de ajuda ao governo federal, pela Defesa Civil.

Dentro do Pacote Seca, o go­verno repassará R$ 51 mil para: compra de água, cestas de ali­mentos, combustível para le­var a água e para compras das caixas de água. O uso do recur­so terá que ser comprovado em prestação de contas.

Segundo o chefe Estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Os­car Luis Moiano, o auxílio não cobre os prejuízos que os muni­cípios tiveram até o momento.

Na semana passada, o gover­no federal anunciou o pacote, em que repassará aos agricul­tores R$ 1,2 bilhão dividido em financiamento, seguro agrícola e ações de socorro. Na região, as perdas nas lavouras ultrapas­sam R$ 81,7 milhões.

Entre as ações serão aplicados R$ 10 milhões para investimentos de prevenção contra a seca, como perfuração de poços artesianos e recuperação de barragens.

O governo criou um mutirão de técnicos para verificar os laudos e agilizar o processo. As dívidas das lavouras de milho, soja e feijão dos agricultores sem seguro atingidos pela seca serão prorrogadas até 31 de ju­lho. Os que tiveram perdas na safra 2011/12 poderão renego­ciar as operações de crédito por até cinco anos.

36 famílias receberão rede de água

Na semana passada, foi firmado o convênio com a empresa que ins­talará o rede de água que beneficiará as 36 fa­mílias. O poço terá pro­fundidade de 96 metros, com extensão de 9,8 mil metros. A administração municipal prevê a exten­são do projeto para a lo­calidade de Lavador.

O responsável pela em­presa, Urbano José Diehl explicou que a estrutura terá um reservatório com filtro e comando via rádio para facilitar o trabalho. Será instalado um siste­ma de tratamento e uma vez por mês será feita a análise da água para ver a qualidade.

O município pagará R$ 148.650,35 pelo sis­tema, em contrapartida cada família custeará R$ 500. A previsão de tér­mino da obra é de três meses. O poço foi perfu­rado na propriedade de Ernani Weyand e Élio An­dré Chutz, que precisou duas vezes do transporte de água.

Um dos idealizadores é o morador e secretário da agricultura, Cleonir de Abreu, que destaca que a rede é um sonho para a comunidade.

Acompanhe
nossas
redes sociais