O município desistiu de assumir o controle do abastecimento de água. O prefeito em exercício, Sedinei Zen afirma que o contrato com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) será mantido.
O acordo foi renovado em 2008, mas o Executivo estava descontente com o serviço prestado. Zen acredita que desta vez, a estatal investirá no abastecimento de água e no tratamento de esgoto. Nos três primeiros anos depois da renovação, a Corsan investiu pouco no segundo quesito.
Ele aponta três motivos para desistir da municipalização da água: a confirmação de tratamento de esgoto em 10,5 quilômetros do bairro Florestal; a aplicação de R$ 10 milhões na rede de água e R$ 1,8 milhão para elaborar um projeto de saneamento.
Outro fator que contribuiu para a desistência é a construção de cinco estações de tratamento no município. Hoje, há apenas uma no bairro Cohab – que entrou em funcionamento depois de dois anos de construída, e atende 179 casas.
Zen ressalta que a Corsan incluirá uma nova tarifa nas contas. O tratamento de esgoto deve aumentar em 50% os gastos dos lajeadenses.
Os recursos
A maioria dos investimentos será feita por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal. O dinheiro serve para a construção de reservatórios de água e para implementar a rede.
Conforme a Corsan, o serviço de abastecimento de água ficará mais confiável. O valor deve ser aplicado em 2012 e a obra concluída até 2013.
O tratamento de esgotos tem um investimento de R$ 4,5 milhões, com recursos próprios da estatal. A instalação da rede coletora ocorre a partir de fevereiro e atenderá cerca de 1,5 mil residências, ampliando para 7% da população com canalização.
O esgoto coletado será destinado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cohab Moinhos. O contrato ainda não foi assinado.
A estatal garante que aplicará R$ 250 mil na ampliação do sistema de água da Benjamin Constant. Com isso, possibilita a construição de novos loteamentos.
Contratos Anteriores
Esta é a terceira vez que o município firma o contrato com a Corsan. Todos foram diferentes. O primeiro foi assinado em 1958 e, entre as cláusulas estava o tratamento de esgoto. Segundo Zen, isso foi feito, com a instalação de esgoto cloacal. “Não é o ideal, mas tem 75% de eficácia.”
O segundo contrato, assinado cerca de 20 anos depois, retirou da Corsan a obrigação de tratar o esgoto. O único dever era fazer o abastecimento de água – o serviço é considerado bom pelo Executivo.
A exigência de investimentos em tratamento de esgoto só ocorreu em 2008, quando houve a renovação mais recente. O único investimento feito nesta área foi na construção da ETE da Cohab Moinhos, que ficou quase dois anos desativada.
Os novos investimentos são reflexo da pressão feita pelo Executivo ao longo de 2011.