Órgãos de fiscalização encontraram 1,5 tonelada de carne sem registro em uma propriedade rural no bairro São Bento. Foi a primeira apreensão do ano no município. A operação foi organizada pela coordenadoria regional da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do estado, Inspetoria Veterinária de Lajeado e Grupo de Patrulhamento Ambiental (GPA) da Brigada Militar.
As autoridades constataram instalações para o preparo dos cortes, câmara fria e área para defumação. No momento em que as equipes chegaram ao local, um porco estava sendo carneado. Três médicos veterinários, dois técnicos agrícolas e um soldado do GPA participaram da apreensão.
Segundo o veterinário da coordenadoria regional, Felipe Campos, as condições de higiene eram precárias. “Havia carnes podres, alguns pedaços estavam no chão ou encostados nas paredes.” Ele diz que ficou surpreso com a quantidade de animais abatidos para o tipo de propriedade. Algumas peças estavam embaladas, prontas à venda.
O veterinário da inspetoria de Lajeado, Thiago Machado, conta que na segunda-feira eles receberam um telefonema anônimo com informações do abatedouro. Depois disso, foram comunicadas as demais instituições que realizaram a operação.
Processo
O proprietário do abate foi pego em flagrante. José Carlos Adams, 70, assinou termo circunstanciado e responderá em liberdade. Quanto à possível multa, será feito um processo administrativo pela Secretaria de Agricultura do estado.
Segundo Adams, a carne era para amigos e vizinhos. Ele diz que há pouco tempo eram abatidos animais na propriedade. “Tinha encomendas para conhecidos. Essa foi uma forma que encontrei para me manter.”
O aposentado se disse chocado, pois desconhecia a lei. “Não estava preparado para isso.” Ele afirma que encerrará a atividade. A pena para o crime de atentado à saúde pública pode chegar a até dois anos de prisão.
Para fazer o abate e vender produtos como carne, queijo e outros materiais de origem animal, o comerciante precisa do selo da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa).
Esse registro é o atestado de qualidade dos produtos de origem animal. No entanto, não autoriza o trânsito entre diferentes estados.
Riscos à saúde
Conforme Campos, pela condição das carnes, o consumo poderia matar. “Por ser mais barata, pessoas insistem em comprar esses produtos sem conhecer os riscos”, previne.
Neste período do ano, Campos diz que é comum abatedouros ilegais ampliarem a produção. Ele diz que os animais são mortos em locais insalubres, sem nenhuma regra de higiene.
Pela legislação, todos os locais de abate devem ser fiscalizados por veterinários, que verificam o estado de saúde dos animais para evitar que carne contaminada seja vendida. Sem esse controle, Campos afirma que os riscos para o comprador dos produtos se multiplicam.
Certificado de procedência
Para fazer o abate e vender produtos como carne, queijo e outros materiais de origem animal, o comerciante precisa do selo da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa).
Esse registro é o atestado de qualidade dos produtos de origem animal. No entanto, não autoriza o trânsito entre diferentes estados.