Reclamação contra a AES Sul é generalizada

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Reclamação contra a AES Sul é generalizada

Os municípios atendidos pela AES Sul acumulam problemas devido à in­suficiência no forneci­mento de energia elétrica. O dra­ma se acentua no verão, quando o consumo aumenta em função dos condicionadores de ar.

Nesta semana, diversas ruas, residências e estabelecimentos co­merciais das maiores cidades fica­ram sem luz por muitas horas.

O transformador entra em curto-circuito com facilidade. Se­gundo o porteiro Ageu Kehrwald, basta um pássaro encostar nos fios de alta tensão para inter­romper o abastecimento. Só nes­ta semana, foram duas ocorrên­cias: na segunda, das 7h50min ao meio-dia; e na quarta-feira, das 11h às 13h.

aesO prejuízo é geral. O síndico, Antônio Renato Weiler gastou cer­ca de R$ 1,6 mil para consertar o elevador. Na residência de Carla Lugemann, 37, a fiação elétrica incendiou. “Ouvi um estrondo e vi que estava saindo fogo do lustre.”

Em Lajeado, falta energia elé­trica quase todos os dias no lo­teamento Verdes Vales, no bairro Carneiros. O taxista Alceu Hentz reclama que a companhia não dá satisfação sobre o que ocasionou o problema. A vizinha, Tamara Bischoff salienta que a história se repete sempre no verão.

Segundo a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), o aumento de consumo provoca a sobrecar­ga na rede elétrica. A entidade afirma que as concessionárias sabem do problema e devem in­vestir mais no setor.

Problema generalizado

As quedas corriquei­ras no fornecimento de energia elétrica irritam os prefeitos. O de En­cantado, Paulo Costi se queixa da perda de investimentos no mu­nicípio. Informa que algumas empresas mudaram o horário de trabalho para evitar o prejuízo.

O problema se repete nos municípios meno­res. Em Colinas, falta luz quase todos os dias. O prefeito Gilberto Kel­ler reclama que a AES Sul nunca apresentou um plano para reforçar a rede elétrica.

A prefeita de Sério, Dolores Kunzler infor­ma que os produtores rurais são os mais afe­tados. A recorrência fez os agricultores e as autoridades locais for­marem uma comitiva para cobrar melhorias à superintendência da AES Sul.

“Os prefeitos foram muito maltratados”

O presidente do Conselho de De­senvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Ney Lazzari afirma que o atendimento da diretoria da AES Sul é péssimo. Neste ano, houve um encontro entre a concessionária e a Associação dos Municípios do Vale (Amvat). “A reunião foi muito ruim, e os prefeitos foram muito maltra­tados.”

Lazzari acrescenta que os dire­tores sequer deixaram um cartão com os contatos para emergência. A reclamação dos gestores provo­cou uma reunião com a Agergs, realizada em novembro por meio do Codevat.

No encontro, Keller entregou um documento à agência. Ele enume­rou os problemas enfrentados na região, sendo os principais: falta de investimentos, demora na instala­ção de novas redes e o atendimento ao público.

A Agergs cobrou explicações da AES Sul. Segundo a agência, a em­presa tem que apresentar um plano de melhorias em 60 dias. “Não acre­dito que isso aconteça”, desabafa Keller.

Uma nova reunião com a Agergs deve ocorrer em 2012. A data será marcada em fevereiro.

Como cobrar os prejuízos

Equipamentos estragados

1)Sempre que houver a queda de luz, o cliente deve entrar em contato com a AES Sul pelo telefone 0800-707-7272 e fazer um registro. Para tanto, precisa informar o código do cliente. A medida tem que ser repetida quantas vezes for necessário;

2)Os equipamentos estragados devido às quedas de energia elétrica precisam ser vistoriados por uma assistência técnica autorizada. O técnico deve elaborar um laudo, atestando que a falta de luz ocasionou o problema. O cliente deve pagar o conserto e guardar a nota fiscal;

3)Juntar todos os protocolos e as notas fiscais. Caso a AES Sul não queira indenizar, o cliente pode entrar com uma ação judicial. A Justiça tem decidido em favor dos prejudicados.

Festas

1)O cliente deve fazer o registro no serviço de atendimento da AES Sul;

2)Juntar as notas fiscais dos serviços contratados (aluguel do salão, compra de bebidas, bufê e garçons) e cobrar da empresa;

3)Se necessário, ingressar na Justiça com uma ação por danos morais.

Fonte: Fábio Gisch, advogado

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