O governo do estado informa hoje ao secretário de Indústria e Comércio, José Mirto Petter, se aceita o pedido do Executivo de aumentar os descontos do Fundopem/Integrar. O município quer aumentar esse incentivo para sensibilizar o presidente da Fruki, Nelson Eggers – que estuda propostas de municípios para a instalação de uma nova fábrica (veja boxe).
Petter salienta que o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijinick acenou com o acréscimo na reunião que a comitiva municipal teve em Porto Alegre. Ele afirma que o aumento facilitaria a negociação com a Fruki.
Segundo o secretário, a administração municipal só pode dar 30% de incentivo. A restrição é devido ao Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), no qual Teutônia ocupa o primeiro lugar na região, com 0,8113 pontos – abaixo apenas de alguns municípios da Serra, em que o índice é de 0,8141.
Petter acredita que este é o principal empecilho para que a Fruki se instale no município. Acrescenta que, em 2010, conversou com o então secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Biolchi. Na ocasião, Teutônia perdeu dois investimentos: um foi para Poço das Antas e outro para Paverama.
Conforme o secretário, o governo do estado sinalizou com a ampliação do Fundopem. Hoje, o incentivo está abaixo de municípios vizinhos, como Lajeado, Arroio do Meio e Estrela, que podem conceder até 35%.
O presidente da Fruki reconhece que o baixo benefício pelo Fundopem atrapalha a negociação, mas garante que nada está definido. Eggers recebeu mais de 20 propostas e o conselho de acionistas é quem decidirá onde instalará a fábrica.
Prefeito questiona diferenças
Em reunião com Knijinick, o prefeito Renato Altmann questionou a fórmula dos descontos. O Fundopem maior é concedido aos municípios com menor desenvolvimento.
Para o prefeito, o benefício deveria ser concedido de maneira igualitária para as cidades de uma mesma região. Alega que evitaria a concorrência interna e facilitaria o desenvolvimento do Vale.
Nova fábrica
Em 2012, a empresa criará uma nova linha de produtos que será lançada no ano seguinte. Entre eles, sucos de frutas, chás, energéticos e bebidas à base de soja. O empreendimento será composto de ilhas de produção que no primeiro momento empregarão cerca de 50 pessoas. Serão necessários 20 hectares de espaço e água de poços artesianos. A proximidade com as margens da BR-386 será outro fator decisivo. O investimento está avaliado em cerca de R$ 30 milhões. Representantes de mais de 20 municípios da região conversaram com Eggers.
A proposta
O Executivo apresentou uma proposta para o presidente da Fruki no início de novembro. Petter afirma que atende quase todas as exigências da empresa: uma área de cem hectares (com 195 metros de distância da rodovia), a proximidade com o Arroio Boa Vista, e o retorno de 50% do valor adicionado à Fruki por um tempo determinado.
De acordo com Petter, o município só não pode oferecer uma área próxima da BR-386 – uma das exigências da empresa –, mas garante que o problema pode ser contornado.
Acredita que o fornecimento de energia pela Certel é um facilitador por ter poucas quedas. Informa que na BR-386 o abastecimento é pela AES Sul e as reclamações pela qualidade do serviço são constantes.