Correria na reta final

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Correria na reta final

O horário de atendimento am­pliado lotou as lojas e ruas centrais no fim de semana. Atraídos por condições de pagamento parceladas e com o 13º sa­lário no bolso, clientes garantiram o que diversos comerciantes consideraram o melhor fim de semana do ano.

Economistas alertam para o cuidado com os exageros, sobretudo, em função das contas futuras, como IPVA, IPTU e o início do ano letivo. A euforia dessa épo­ca pode sair cara devido aos gastos não planejados. Projetar as compras e pagar à vista são dicas dos especialistas.

Brinquedos e roupas devem perder a liderança entre os mais vendidos. O novo xodó dos consumidores são: os eletroeletrônicos. As vendas de ares-condicionados eram a aposta dos em­preendimentos, mas ficaram abaixo das registradas em televisores de tela plana, câmeras digitais e smartpho­nes. A situação é semelhante na loja de móveis e eletrodomésticos gerenciada por Sérgio Xavier.

Acredita que a melhor época do ano para o setor deve originar índices iné­ditos de lucratividade em função da facilidade de crédito e os prazos de pa­gamento. Em algumas lojas, as com­pras podem ser divididas em 18 par­celas. Tudo indica que a projeção de vendas 10% superiores a dezembro de 2010 e 35% maiores do que em novem­bro feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado fique aquém do resultado oficial.

A diretora executiva da CDL, Soraide Gräff, diz que em cidades como Arroio do Meio, Encantado, Estrela, Lajeado e Teutônia as vendas nas duas primeiras semanas do ano foram mais do que 16% maiores em relação a 2010. Segundo in­formações das CDL’s, nessas cidades os produtos mais vendidos no fim de sema­na foram calçados, roupas, eletroeletrô­nicos e brinquedos.a

A redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), decretada pelo go­verno, é mais uma forma de estimular o consumo de bens para o lar no país. Nes­te ano, os descontos no comércio ficam entre 15% e 20% e valem para geladei­ras, fogões, máquinas de lavar “tanqui­nho” e automáticas.

Segundo Xavier, frente à grande ofer­ta do setor, o comportamento dos clien­tes mudou. É cada vez mais comum que pesquisem preços e barganhem descon­tos. Para isso, se utilizam de panfletos dos concorrentes e visitam várias lojas antes de decidir. “Os eletroeletrônicos estão cerca de 40% mais baratos em re­lação a 2009.” Para maior comodidade, a dica é visitar as lojas das 8h às 10h e das 13h às 15h.

Por falta de opções nos municípios do interior, a dona de casa Marta Santos, leva os consumidores às cidades maio­res. Na semana passada, ela esteve no centro de Lajeado em busca de presentes para dez crianças de sua família.

Cuidado com a dívida

Depois de tanta festa, o endividamen­to tende a ser grande. Ainda mais se o consumidor não ter cuidados com os ju­ros do crediário e os gastos inevitáveis do início de ano. Optar pelo pagamento à vista e evitar exageros nas festas e nas férias são dicas do consultor financeiro Élio Haas.

Outro cuidado é planejar o parcela­mento, tendo em vista os gastos típicos do início do ano. Entre eles, a compra de material escolar que em alguns casos ultrapassa R$ 100, matrículas, Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (Ipva) e de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat), além do Imposto Predial e Ter­ritorial Urbano (IPTU).

Variedade e prazo para atrair o 13º salário

Com o pagamento do 13º salário em duas par­celas com prazo limite para hoje, mais de R$ 58 milhões devem ser injetados na economia do Vale do Taquari. O dinheiro extra é esperado com ansie­dade pelos lojistas da região.

Ontem de manhã, o casal cruzeirense Adenir e Nilse de Souza visitou lojas do centro de Lajeado com uma lista de preços que pesquisaram em seu município. Eles reservaram o valor do 13º salário para gastar nas festas de fim de ano. Nilse comenta que o casal tem fama de econômico e que todo ano é assim. “Mesmo pequenas, as prestações pesam no bolso, quando surgem imprevistos.”

A lajeadense Daiane Hoffmann da Silva fez o con­trário. Os cerca de R$ 200 que planejou gastar em roupas e brinquedos para a família viraram crediá­rios com pagamento para os próximos cinco meses. “Não olhei os juros.”

A moradora do bairro Campestre preferiu aprovei­tar a tranquilidade da manhã de ontem para pes­quisar ofertas. Ficou surpresa com a variedade de produtos que encontrou.

Segundo a gerente de uma loja de vestuário e cal­çados, Eliane Westenhofen, a variedade de peças e opções em crediário são os principais atrativos.

A loja preferiu não apostar em promoções, mas em prazos e condições de pagamento que variam de acordo com o valor da compra. A maioria opta por quitar a primeira parcela em fevereiro e as demais em um prazo de 12 meses. “No fim de semana, sentimos que as vendas pegaram fogo (sic)”, comemora. “Muitos nos visitaram e cerca de 120 pessoas fecharam negócio. Um ótimo índice.”

Eliane considera que o empreendimento registrará vendas 20% maiores do que em dezembro de 2010. Como verificado nas demais lojas visitadas pela reportagem, a movimentação de cheques no local está em declínio. Em relação a ano passado, o número de pessoas que utilizaram os talões caiu a menos da metade.

Horários estendidos

Lajeado eCruzeiro do Sul

19 até 23 dedezembro: fechaàs 21h30min

24 de dezembro:até as 17h

31 de dezembro:até as 17h

Arroio do Meio e Muçum

19 até 23 dedezembro: até as 20h

24 de dezembro: abrem até as 17h

Estrela

19 até 23 dedezembro: atéas 21h30min

24 de dezembro: até as 17h

Encantado

18 a 23 dedezembro: fechaàs 22h

24 de dezembro: fecha às 17h

31 de dezembro: das 8h às 12h

Unicshopping

23 de dezembro: das 10h às 23h

24 de dezembro: das 9h às 18h

31 de dezembro: das 10h às 18h

Ordenados do comércio

Em Estrela, Lajeado, Cru­zeiro do Sul, Muçum e Ar­roio do Meio, aqueles que trabalharem nos sábados à tarde, receberão gratifica­ções entre R$ 15 e R$ 22,50. Nos domingos, será de R$ 43. Além da remuneração, as empresas terão de conce­der um turno de compensa­ção por tarde de sábado tra­balhada. Não concedendo a folga, o pagamento será por horas extras.

Para presentear

Uma pesquisa da Rohde&Carvalho, enco­mendada pela Comissão dos Diretores Lojistas de Porto Alegre, projetou o comportamento dos con­sumidores da região Sul. A maioria pensa em dar até sete presentes. Dos cerca de dois mil entre­vistados, 48,2% gasta­rão até R$ 50 e 33,3% pretendem desembolsar até R$ 100.

De acordo com o es­tudo, os itens mais pro­curados devem ser: rou­pas (60,8%), brinquedos (38%), calçados (21,8%) e perfumaria (18%). Se consideradas apenas as mulheres que responde­ram, os produtos preferi­dos são roupas, calçados, bijuterias e acessórios, enquanto os homens in­dicam perfumaria, bebi­das, livros, eletrônicos e artigos esportivos.

Segundo dados da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a expectativa de fatu­ramento em relação a 2010 supera a marca de 13%. Os brinquedos são sempre favoritos, sendo que as vendas devem crescer 13% em relação ao ano passado. Os for­nos elétricos e micro-on­das terão uma redução de 5% a 6% em função da boa fase vivida pelo mercado de produtos para o lar.

Endividamento

Segundo o resultado da Pesquisa de Endividamen­to e Inadimplência das Famílias gaúchas (PEIC-RS), o percentual de famílias gaúchas endividadas ficou em 53,2% no mês passado. Este é o menor nível desde ja­neiro de 2010, 18% abaixo do índice de novembro de 2010.

A queda nos índices de endividamento tem relação com as medidas de restrição ao crédito oferecido pelas instituições financeiras. Conforme a pesquisa, os prin­cipais tipos de dívida dos gaúchos são cartão de crédi­to (69,3%), crédito pessoal (28,0%) e carnês (21,7%).

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