Os produtores começam a encaminhar os pedidos de seguro agrícola devido às perdas que superam os 50% em algumas lavouras de milho na região.
Conforme dados da Emater Estadual, até o momento foram encaminhadas em torno de 30 solicitações de perícia aos bancos para fins de indenização por perdas ocasionadas pela falta de chuva no estado.
Para ser beneficiado pelo seguro, é exigida perda superior a 30% da expectativa de produção estimada no contrato de crédito.
O seguro cobre 100% do valor financiado para a safra (insumos e sementes) e efetivamente aplicado, além de 65% da expectativa de renda, no limite de R$ 3,5 mil. As regiões mais afetadas pelo tempo seco são a Serra e o Vale do Taquari.
Conforme o agrônomo da Emater Regional de Lajeado, Nilo Cortez, na segunda-feira, será divulgado um levantamento sobre a situação das lavouras nos 64 municípios atendidos pela entidade.
Observa que os próximos 20 dias serão decisivos para o desempenho das culturas como milho e soja. “Se chover é possível que os prejuízos sejam amenizados.”
Na região, dos 122 mil hectares de milho cultivados, 30% das lavouras estão na fase de floração e enchimento de grãos, quando a necessidade de água é maior.
Situação de emergência
O gerente regional da Emater de Lajeado, Derli Bonine observa que a chuva desta semana amenizou o déficit hídrico das lavouras em alguns municípios.
Em outros a situação se agravou, como em Estrela, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul e Fazenda Vilanova, onde não chove há 30 dias. “Estes dois últimos devem decretar situação de emergência na próxima semana.”
A engenheira agrônoma Carmem Fransozi, do escritório da Emater de Cruzeiro do Sul, cita que o levantamento inicial aponta perdas que chegam a 50% nas lavouras de milho.
Há 25 dias não chove na cidade. O déficit hídrico chega a 60 milímetros. “Podemos perder 100% da safra se seca se intensificar.” Foram realizadas seis vistorias para encaminhar o seguro agrícola. Nesta safra foram cultivados 4,5 mil hectares de milho.
Importante
– Depois que foi comunicada a perda, o produtor não pode cortar a planta ou transformar o milho em silagem.
– Caso isso ocorra, ele não receberá mais o seguro.
– A área deve ficar intacta até o fim da safra para ser emitido o laudo final que apontará as reais perdas e determinará o quanto o produtor efetivamente receberá da indenização.
Como encaminhar
– Caso o produtor constate perdas superiores a 30% na sua lavoura, ele deve procurar o banco, no qual contratou o crédito para encaminhar a inspeção.
– A partir deste momento, o banco tem três dias úteis para encaminhar a perícia privada ou da Emater, que fará um laudo preliminar em caso de perda parcial.