Para comissão, garantia do Dnit é insuficiente

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Para comissão, garantia do Dnit é insuficiente

Os integrantes da comissão para duplicar a BR-386 entre Tabaí e Estrela saíram insatisfeitos com a resposta da superintendência gaúcha do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O superintendente Vladimir Casa garantiu o remanejo da tribo caingangue até fevereiro.

dnitA construtora poderá trabalhar no trecho de nove quilômetros só com a realocação das cerca de 20 famílias que vivem entre Estrela e Bom Retiro do Sul. Ela está impedida devido às negociações entre o Dnit e a Fundação Nacional do Índio (Funai), que perduram por quase dois anos.

Casa acenou com a possibilidade de assinar um documento, tratando o caso como utilidade pública para agilizar o processo. Os trâmites continuam como o principal empecilho.

O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT), Oreno Ardêmio Heineck reconhece que a burocracia atrapalha e afirma que o próximo passo é marcar audiência com o Dnit em Brasília. O encontro é uma tentativa de sensibilizar o órgão a conversar com a Funai de maneira mais contundente.

Menos crítico, o representante da Associação Comercial e Industrial de Estrela (Acie), Idimir Baldissera considerou o encontro esclarecedor. Ressalta que o superintendente, em um primeiro momento, se sentiu incomodado com a pressão feita pelos líderes regionais, mas confirmou a continuidade das obras por, pelo menos, 90 dias.

A garantia decorre da liberação das últimas jazidas, que ocorreu na semana passada. Com o material, a Conpasul poderá trabalhar nos 25 quilômetros de obra em andamento. Descartou qualquer manifesto de paralisação por parte da construtora.

Comissão desarticulada

Cinco entidades foram convidadas a participar da audiência, mas duas faltaram: a Associação dos Municípios (Amvat) e o Conselho de Desenvolvimento (Codevat).

O então presidente da Amvat e prefeito de Westfália, Sérgio Marasca afirmou ter uma reunião com representantes da Secretaria de Obras para faltar ao encontro com o Dnit. Ney Lazzari, reitor da Univates e presidente do Codevat, ressaltou o trabalho desenvolvido no Conselho de Desenvolvimento do governo estadual para explicar a falta.

As ausências incomodaram Heineck. “Essa falta de articulação atrapalha o movimento, e haverá um trabalho de entidade A, B ou C, e não de uma região unida (sic).” Entre os problemas, destaca a “confusão” sobre quem é o presidente do grupo – hoje, nas mãos de Lazzari. O reitor, por diversas vezes, afirmou que o comando estava com o prefeito de Fazenda Vilanova, José Cenci. “Se o Ney não quiser mais ser presidente, tem que fazer uma nova eleição, porque este cargo não é hereditário.” Em uma conversa na quarta-feira, Lazzari teria garantido ao Heineck que reassumiria a frente.

Baldissera fez coro ao presidente da CIC. Conforme ele, as presenças da Amvat e do Codevat eram importantes para mostrar que o Vale está unido no pleito. “Temos que articular melhor estas entidades e olhar o que é bom para a região.”

Falta de reconhecimento

Lazzari garante que o grupo não está desarticulado e ressalta a falta de reconhecimento de alguns integrantes. “O Cenci estava fazendo tudo sozinho, quase saindo da prefeitura para fazer a coisa andar (sic).” Acrescenta que, agora, a comissão está fortalecida e permanecerá atenta às negociações.

O prefeito de Fazenda Vilanova resumiu a sua falta em apenas um pronunciamento: “Estou de férias e não devo ser incomodado.”

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