A venda de imóveis para quitar dívidas da fábrica de chocolates Haenssgen foi aprovada. Ontem, os credores foram ao Fórum de Lajeado sob a responsabilidade de decidir o futuro da empresa de 116 anos de história.
Mas, antes do parecer, o representante do Banco do Brasil solicitou novo adiamento. Um princípio de discussão surgiu e a assembleia teve de ser suspensa por 15 minutos. Nesse tempo, os representantes de instituições financeiras foram até a juíza Carmem Luiza Barghouti solicitar mais tempo para análise da proposta.
Em seguida se iniciou a consulta. Com 32 votos favoráveis e três contra, foi autorizada a venda de seis terrenos. O valor arrecadado, em torno de R$ 3,2 milhões, cobrirá parte das dívidas criadas na época em que a Haenssgen estava em recuperação fiscal.
O pagamento leva em conta credores com garantia real, que envolve instituições financeiras; e os sem garantias, em grande parte fornecedores. Será pago 70% do valor devido aos bancos. Para o segundo grupo, cada credor receberá 30% do que está em débito.
Aliviado com a decisão, um dos proprietários da empresa, Luis Carlos Haenssgen acredita que esse é o primeiro passo para retomar a fábrica. Diz que a ampla aprovação fortalece os ânimos para continuar. Para ele, a chegada do Natal e a Páscoa ajudarão na receita.
O prefeito Rudimar Müller acredita que essa nova chance possibilitará a recuperação da empresa. De acordo com ele, hoje a maior importância da Haenssgen está nos empregos gerados – em torno de cem. Quanto à arrecadação, o valor aproximado fica em R$ 5 milhões por ano.
Cronologia
Março de 2006 – Empresa solicita recuperação judicial ao Tribunal de Justiça do estado. A dívida inicial era de R$ 11,6 milhões.
Maio de 2008 – Foi homologado o pedido. Com isso, a Haenssgen teve dois anos de juros reduzidos e dívidas congeladas.
31 de agosto de 2011 – A 2ª Vara Cível da comarca de Lajeado decretou a falência da Haenssgen. Os débitos ultrapassaram R$ 15,2 milhões.
9 de setembro de 2011 – Desembargadores concederam liminar autorizando a volta dos diretores ao comando da empresa. Em 70 dias, teriam de elaborar um plano de recuperação judicial.
9 de novembro de 2011 – Edital convoca credores com negócios a partir de 2006 para votar os próximos passos. Sem quorum, a assembleia foi à segunda chamada.
16 de novembro de 2011 – Segunda chamada da assembleia de credores. Com 21 votos, foi aprovada a suspensão. A definição passou para 30 de novembro, às 14h, no Fórum de Lajeado.
30 de novembro de 2011 – Na continuação da assembleia, a proposta para quitação de parte das dívidas foi aprovada.