Era pouco mais de 10h15min ontem quando o para-choque de um Celta com placas de Porto Alegre atingiu o pedestre Arlindo Ramos, morador de Lajeado. A vítima de 84 anos estava sozinha no momento. O acidente aconteceu em frente ao UnicShopping, em um trecho duplicado da BR-386. Ele foi levado ao Hospital Bruno Born pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu em seguida.
A menos de quinhentos metros antes do local há uma passarela. Dois quilômetros após existe outra. A maioria dos pedestres as ignora. Em pouco mais de meia hora foram oito flagrantes de pessoas cruzando uma das mais perigosas rodovias do estado fora da área de proteção. Desde 2006, foram 29 atropelamentos entre os quilômetros 344 e 348. Sete morreram.
Gilberto Antunes, morador do bairro São Cristóvão foi um dos pedestres flagrados cruzando a rodovia entre os carros. Ele reclama da distância das passarelas e da má localização. “Elas estão nos pontos errados, ligam o nada a lugar algum.” Antunes confirma que por poucas vezes utilizou a opção mais segura.
Para outros a velocidade dos carros assusta. Maria Sirlei Rabel, moradora de Conventos, não dispensa a passarela. Ela admite que pouco utilizava no passado, mas que mudou o hábito após ver pessoas correndo risco entre os carros. “Vi algumas cenas que me assustaram e passei a usar a passarela.”
Até o momento, inexistem projetos para construção de novas passarelas no trecho urbano de Lajeado. Um túnel será construído ligando os bairros Conventos e Bom Pastor.