Duas famílias que viviam há três meses alojadas no salão paroquial voltaram para suas casas, que estavam interditadas pela Defesa Civil desde agosto. Outras nove permanecem alojadas. O prazo acordado entre Defesa Civil e a diretoria da paróquia da Igreja Matriz Santo Inácio para que as pessoas deixem o salão termina no dia 30.
A diretoria da paróquia garante que o prazo para retirada das famílias foi estipulado pela Defesa Civil, e que a intenção é colaborar com os flagelados até que um novo espaço seja destinado. Uma reforma prevista para ser realizada no salão teve de ser adiada.
Segundo o coordenador da Defesa Cilvil, Luis Felipe Finckler, nenhuma família será retirada sem que exista novo lugar para alojá-las. Ele adianta que na próxima semana será enviado projeto para a câmara de vereadores, pedindo a liberação de um subsídio para pagamento de aluguel às famílias. “Caso precisem mesmo sair no dia 30, o Parque do Imigrante seria o destino no momento.”
Sobre as famílias que deixaram o salão, Finckler garante que a Defesa Civil não liberou a ocupação de nenhuma das casas interditadas. Ele afirma que os proprietários que assumirem os riscos serão acionados na Justiça. “Eles terão que responder por qualquer responsabilidade que ocorra dentro da casa.” Hoje, uma equipe visitará todos os locais interditados.
Famílias sem privacidade
No local vivem quase 40 pessoas, junto com cachorros, gatos e até galinhas. Os espaços das famílias são separados por lençóis, e a água é coletiva. Apenas a boa relação entre as pessoas evita que haja discussão a respeito do seu uso. Há roupas penduradas por todo o espaço, e a higiene está comprometida em função da sujeira acumulada.
Tatiane Maciel Bicca vive com o marido e três filhos no local. Ela diz que não dorme direito. “Não sabemos como será amanhã, se teremos um teto para morar.” Ela se queixa da falta de privacidade e conforto. Vivia de aluguel em uma residência na rua Dois Irmãos, na área conhecida como Cantão do Sapo, centro de Lajeado. “Queremos uma definição, ou alguma explicação maior sobre o que nos espera.”
Sem prazo para receber verbas
Finckler informa que inexiste prazo para chegar os recursos federais liberados após a aprovação do Decreto de Emergência.
O coordenador afirma que será preciso criar projetos unindo governos municipal, estadual e federal para angariar recursos, e construir moradias para 120 famílias que tiveram suas casas interditadas.