A baixa densidade pluviométrica registrada nos últimos 30 dias – de 56 mm –, preocupa agricultores. A meteorologia projeta chuvas esparsas para a primeira semana de dezembro. Os prejuízos podem chegar a 30% nas plantações de milho. O tempo seco deve prejudicar a semeadura das lavouras de soja e o desenvolvimento das pastagens de verão.
Conforme o técnico agropecuário da Emater Regional, Luiz Bernardi, as perdas estão relacionadas à falta de umidade do solo. Parte do milho, por exemplo, está na fase em que ocorre a formação do pendão e enchimento de grãos, necessitando de grande quantidade de água.
Ele ressalta que é cedo para avaliar os prejuízos, no entanto é preciso que chova nas próximas semanas para que a situação não se agrave.
De acordo com Juliana Tomasini ,do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates, o volume de chuva deverá permanecer baixo nos próximos dias, agravando ainda mais a situação das lavouras.
Ela ressalta que até hoje a região está sob uma frente fria, que pode acarretar pancadas de chuva de forma esparsa. A partir de amanhã, o tempo deve ficar mais seco e ensolarado.
O agricultor Breno Nied, 51, do bairro Conventos, de Lajeado, plantou dez hectares de milho. A semeadura foi feita em setembro. Sua projeção era vender o grão, no entanto, a má formação das espigas faz com que ele destine a produção para fazer silagem.
Os prejuízos chegam a 30%. Nos últimos dias ele aplicou mais de 60 sacas de ureia na lavoura. Como não choveu, o resultado do fertilizante fará pouco efeito.
Para cobrir as despesas na lavoura, o agricultor financiou R$ 4,5 mil. O custo de produção por hectare foi de R$ 750. Além de prejuízos com o milho, o agricultor contabiliza redução na produtividade do gado leiteiro, cerca de 15%. Um dos motivos apontados por ele é devido à alimentação dos animais, pois as pastagens não cresceram.
Situação das lavouras
Pastagens – a falta de chuva provoca a redução da oferta da pastagem e a germinação das sementes perenes de verão, especialmente milheto, sorgo forrageiro e tifton. A quebra na produção de leite chega a 20%.
Fumo – dias frios e pouca umidade do solo prejudicam o desenvolvimento das lavouras.
Trigo – o tempo seco favorece a colheita do grão que apresenta boa produtividade e qualidade.
Milho – as lavouras semeadas cedo estão na fase de formação de pendão e enchimento de grãos. A baixa precipitação pode causar perdas de até 30% caso não ocorram chuvas expressivas esta semana.
Soja – produtores da região aguardam a ocorrência de chuvas para continuar a semeadura.
Arroz – o plantio do arroz segue em ritmo mais lento que em anos anteriores devido à falta de umidade do solo.