O aumento dos furtos atormenta comerciantes do bairro Boa União. Nos últimos dois meses, foram cinco registros. Em menos de 20 dias uma lotérica foi alvo dos bandidos por duas vezes. Devido aos prejuízos, o estabelecimento fechou.
Autoridades locais e representantes de entidades do comércio se reuniram na quarta-feira para debater a instalação de câmeras de vigilância. Pelo orçamento, serão necessários R$ 100 mil.
A videolocadora de Marcelo da Rosa, teve o estabelecimento foi invadida na madrugada de 10 de novembro. Estabelecido na sala comercial há pouco mais de três meses, ele teve um prejuízo de R$ 5 mil. Depois disso, sempre que toca o telefone à noite, pensa no pior. “Estou com medo.”
Toda a ação foi registrada pelas câmeras do estabelecimento. Um assaltante cortou os cadeados, arrebentou as fechaduras e entrou. O homem ficou na loja oito minutos. Em seguida, entrou um segundo assaltante. Foram levados celulares, equipamentos de informática e DVDs portáteis.
“No mesmo dia estávamos instalando um sistema de alarme, mas não ficou pronto.”
Ele conta que após o furto, investiu R$ 2 mil em equipamentos de segurança. Mesmo assim, se sente inseguro. “Estou dormindo na loja.”
A sensação de insegurança é maior devido ao pouco efetivo da Brigada Militar (BM). Conforme o comandante da 1º Companhia de Estrela, capitão Gyovanni Bortolini, em torno de 30% do policiamento é destacado para o bairro. Segundo ele, esse tipo de crime é difícil de inibir.
Na opinião do capitão, os criminosos esperam a viatura se afastar para realizar os furtos. Outro problema é que muitas vezes as vítimas não registram a ocorrência. Para Bortolini, os cidadãos devem ajudar a BM. Ele solicita que a população ligue para o 190 ao perceber alguma movimentação suspeita.
A proprietária de uma tabacaria, Marlise Goetz diz que falta policiamento. Segundo ela a viatura passa poucas vezes pelo bairro. Considera a instalação das câmeras necessária, mas condiciona: “Alguém tem de monitorar 24 horas por dia”.
No feriado de finados, a tabacaria também foi arrombada. Os assaltantes levaram R$ 30 do caixa e cartões de celular. Para aumentar a segurança, os comerciantes do bairro pretendem contratar vigias armados.
Lajeado sofre com o mesmo problema
O aumento dos furtos foi tema de reunião da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), na quinta-feira. Na ocasião, representantes da Justiça e dos órgãos de segurança ouviram as reclamações de empresários.
Nos últimos meses, aumentaram os índices de furtos e assaltos no município. Entre os motivos apresentados estão: a falta de policiamento ostensivo, leis brandas aos bandidos e o grande número de viciados em crack.
O comandante regional da BM, tenente-coronel Antônio Scussel disse que a polícia está mapeando as áreas críticas para adotar medidas efetivas. Segundo ele, é necessária uma investigação que identifique os receptadores de produtos roubados.