O número de analfabetos reduziu nos últimos dez anos. O Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que há 11.095 pessoas que não sabem ler e escrever, 3.414 a menos que em 2000.
Imigrante está perto de erradicar o problema, apenas 2% da população está nessa condição. O último censo aponta que o município de 3.025 habitantes ocupa as primeiras posições no ranking brasileiro em alfabetização.
É a segunda vez que a cidade se destaca em educação no país. Em 2007 conquistou o primeiro lugar no Brasil no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ministério da Educação concedeu à administração municipal um selo de município sem analfabetos entre crianças.
No mesmo ano, a Escola Municipal Santo Antônio, do bairro Daltro Filho, foi classificada como a melhor escola municipal do país nas séries finais do Ensino Fundamental. Essa escola, em 2010, recebeu melhorias no prédio que custaram cerca de R$ 320 mil aos cofres públicos.
O secretário da Educação, Ernani Schneider diz que o município se destaca em diversos pontos na educação. Nesta semana receberam o título no Fato Literário. Ele ressaltou que o bom resultado é um trabalho contínuo, desenvolvido há dez anos. A administração municipal investe 28% com educação.
Os valores são distribuídos na biblioteca, capacitação de professores, valorização salarial, construções e reformas, alimentação, recursos didáticos e tecnológicos e no transporte escolar.
No início do ano letivo os educadores ocupam dois dias da carga horária em cursos de atualização. Na cidade há um índice elevado de idosos, que são os que apresentam os maiores problemas com alfabetização. O secretário ressalta que houve incentivo para que eles aderissem à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e aos cursos de informática.
Imigrante tem seis escolas – cinco da rede municipal e uma da estadual – e mais duas escolas de Educação Infantil.
Westfália ocupa a segunda posição do ranking da região. O secretário da Educação, Gustavo Sieben ressalta que todos os alunos de até 18 anos devem estar na sala de aula, e isto é exigido no município.
O maior índice de analfabetismo, segundo ele, está entre as pessoas de 40 a 60 anos. “Temos pouca aceitação da comunidade com esta idade.” Ele diz que os resultados são mérito dos professores que em sua maioria tem qualificação.
Situação no estado
No estado, 383.277 pessoas com mais de 15 anos não sabem ler e escrever. No ano 2000, 6,7% da população do estado era analfabeta. Dez anos depois, este índice foi reduzido para 4,5%.
Os idosos seguem como a faixa etária mais atingida por esta condição. Eles representam 13,5% dos analfabetos. Contudo a taxa gaúcha é menor do que a brasileira de 9,6%.
Há duas décadas o Rio Grande do Sul é líder no país nos índices de alfabetização. No ranking nacional seis cidades gaúchas estão entre as dez com os menores índices entre a população adulta. Mesmo assim, no Vale do Taquari, ainda 10.938 pessoas são iletradas.
Os últimos da lista
Sério e Canudos do Vale estão no fim da lista, com os maiores percentuais de analfabetos da região. Em Sério, 11,6 % dos 2,2 mil habitantes com mais de 15 anos não sabe ler e escrever.
A secretária da Educação, Milena Rodrigues disse que há pouco interesse da comunidade local em participar dos projetos educacionais oferecidos pela secretaria. Ela ressaltou que no último levantamento para o Educação Jovens Adultos (EJA), não houve inscritos.
O município está disposto e desenvolve projetos conforme a demanda. “Temos eles no papel, mas na prática não funciona.” Ela garante que para 2012 planejarão medidas para amenizar o problema.