A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) divulga hoje levantamento das expectativas do setor para as vendas de Natal e Ano Novo. No documento, a entidade aponta que haverá um aumento de 10 a 15% no preço das variedades “de primeira” e problemas no abastecimento em alguns pontos do estado.
No Vale, suprido por abatedouros locais, os produtos tendem a faltar apenas nos dias de pico do consumo, vésperas das festividades. Os preços serão remarcados até o fim do mês (veja boxe). Para economizar, a dica é pesquisar e dividir as compras entre os grandes e pequenos empreendimentos.
Mesmo com o aumento das importações do Uruguai, a previsão é de que o preço do quilo a costela a suba de R$ 10,90 para R$ 12,26. Desde meados do ano, a picanha e filé mignon estão cerca de 6% mais caros, mesmo assim tende acompanhar a variação dos outros cortes.
Essas variedades passam de R$ 24,90 para R$ 28 e R$ 22,75 para R$ 25,59, respectivamente. Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, “como estamos na entressafra, o gado em confinamento que abastece o mercado está quase no fim.”
O gerente de um supermercado Elton Fischer diz que é recomendado adiantar a compra nas vésperas de Natal e Ano Novo para não ficar sem cortes, como a costela e a picanha. Os abatedouros não repassaram nenhum aumento até agora. Os preços hoje estão semelhantes aos da metade do ano, data do mais recente acréscimo.
O auditor da Receita Federal aposentado Harvey Almeida diz que gastou em torno de R$ 80 nos churrascos para a família no fim do ano passado. Com a média de 12,5%, baseada nas projeções da Agas, pagará R$ 10 a mais pela mesma quantidade. “O consumidor não pode fazer nada”, diz. “Reduz o consumo ou opta por variedades mais baratas.”
Recomenda a pesquisa de preços, pois diz que costuma encontrar variações entre os mercados de bairro e as grandes redes. Ele usa o exemplo do filé mignon, cujo quilo é cerca de R$ 5 mais barato em um pequeno empreendimento perto de sua casa. Segundo Almeida, os supermercados têm preços mais atrativos para a costela, picanha e a carne de segunda.
Compra antecipada
O açougueiro chefe de um supermercado em Lajeado, Natalício Inácio Mallmann esperava o acréscimo, tradicional no fim de ano, embora acreditasse que não passaria de 10%. Ele diz que o valor é resultado da redução dos rebanhos de engorda gaúchos e a proibição da compra de cortes com ossos de outros estados e do Uruguai.
Ele diz que enquanto o preço do churrasco sobre, os preços da carne de segunda tendem a reduzir entre 5% e 10%. O motivo é que a venda da carne bovina é feita em “bois inteiros” requer espaço nos estoques para novas encomendas. “Só faltará carne para quem comprar na última hora.”
De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entre agosto de 2006 e julho de 2011, a carne bovina foi a que mais encareceu. O preço subiu 84,35% em cinco anos, quase três vezes mais que a inflação do período.