Foram encontradas pistas sobre a falsa bomba deixada na agência bancária do Sicredi, no bairro São Cristóvão. O fato ocorreu na manhã de sábado.
Conforme o delegado José Romaci Reis, a Polícia Civil analisou as imagens das câmeras de vigilância da agência, mas foi impossível descobrir a identidade do suspeito. Foi visualizado apenas um jovem usando capuz e óculos escuro.
Reis adianta que a pena não passará de seis meses, apesar de toda mobilização do Grupo de Ações Táticas Especiais de Porto Alegre (Gate).
Segundo ele, o fato não pode ser considerado crime, pois inexistiam vestígios de explosivo no artefato. “Tratamos o caso como alarme falso com punição que varia de 15 dias a seis meses.” O delegado descarta ligação entre o fato e um assalto à loja ocorrido no mesmo horário.
Cinco horas de apreensão
A falsa bomba tinha pedaços de madeira e canos PVC, ligados por fios a um aparelho celular. Estava junto ao segundo caixa eletrônico da agência. Um telefonema anônimo por volta das 9h20min, realizado de um telefone público em frente do banco alertou a polícia.
O local foi isolado pela Brigada Militar (BM), com apoio do Corpo de Bombeiros e de agentes de trânsito. Trechos da Av. Alberto Pasqualini, e das ruas Felipe Craide, Washington Luis e Artur Bernardes foram interditados. Moradores de prédios vizinhos tiveram de deixar seus apartamentos. O comércio vizinho fechou as portas e o silêncio tomou conta daquela região.
Por volta das 12h35min a equipe do Gate chegou. Com uma roupa antibomba, um policial entrou na agência e iniciou os trabalhos de destruição do artefato. Uma hora depois, um ruído foi ouvido. A falsa bomba foi destruída.
Quase 50% das ligações são trotes
O major Cesar Augusto Silva, do 22º Batalhão da Brigada Militar, alerta para os prejuízos gerados por trotes ou falsos alarmes. Para ele, esse tipo de atitude pode representar crime com penas que variam de um a quatro anos de prisão. “Causaram pânico e transtorno público se utilizando de bombas simuladas.” Silva lamenta a falta de punição para esses casos. “Acabam pagando multa ou cestas básicas.”
Esse tipo de denúncia costuma causar prejuízos financeiros e atrapalha a logística da BM. “Mudamos a rotina da cidade, envolvendo agentes da BM, da Polícia Civil, e do Gate, que teve de se locomover de Porto Alegre.”
A investigação, bem como o equipamento utilizado pelo Gate para explodir o artefato são outros gastos que poderiam ser evitados. “Em Lajeado, cerca de 50% das ligações telefônicas recebidas são trotes.” Para diminuir esses números, a BM grava todas as denúncias e tem aparelho que identifica o telefone responsável pela ligação.