A possível paralisação das obras na BR-386 volta a preocupar a região. Segundo o presidente da Comissão Pró-Duplicação e prefeito de Fazenda Vilanova, José Cenci, a possibilidade de expirar o prazo de renovação do Termo de Cooperação entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inviabilizará a sequência dos trabalhos.
O prazo vence no dia 14, e nessa segunda-feira a Diretoria Colegiada do Dnit deveria avaliar em Brasília a renovação do termo com a instituição de ensino, responsável pelo licenciamento ambiental da obra entre as cidades de Estrela e Tabaí. A reunião foi adiada e não foi divulgada nova data. Há possibilidade de ocorrer nesta semana.
Segundo a assessoria de imprensa do Dnit, as obras seguem mesmo sem a renovação com a universidade catarinense, e só serão interrompidas mediante determinação do próprio departamento. Isto porque um novo termo para gestão ambiental é analisado, mas até o momento inexiste prazo para sua definição.
A empresa Conpasul, responsável pela execução das obras, garante que paralisará os trabalhos caso o termo não seja renovado até a data limite. Com isto, as máquinas passariam a trabalhar em outros locais, o que atrasaria a retomada dos trabalhos na BR-386 após novo termo de cooperação. Segundo a assessoria de imprensa, a direção ainda acredita na renovação dentro do prazo e no seguimento normal dos trabalhos.
Para Cenci, a paralisação será “impactante para a região”, e poderá desmobilizar lideranças e comunidade. Ele alerta para o fato de haver máquinas de outros estados trabalhando na obra. “Se parar elas voltarão para seus estados. Imagina a demora para reiniciar.” Na tarde de ontem, poucas máquinas trabalhavam no trecho a ser duplicado.
Entenda melhor
A supervisão ambiental e a elaboração dos laudos que liberam as obras foram feitas pela UFSC, contratada após realizar o mesmo trabalho na duplicação da BR-101. A equipe da instituição é responsável pelos levantamentos e marcações das espécimes de plantas e de árvores que serão replantadas. As máquinas só são liberadas para trabalhar após a retirada dessa vegetação.
Até o momento, 25 quilômetros de um total de 33,5 já receberam licenças ambientais. Destes, 15,7 quilômetros foram terraplenados. Em nove meses de obra, de novembro de 2010 a agosto deste ano, foram realizados 63% de terraplenagem, 42% da drenagem, 50% das obras de artes especiais (viaduto e pontes) e 40% de demais serviços.
Além da questão ambiental, é preciso resolver a remoção de uma aldeia de índios caingangues em Bom Retiro do Sul, e de 18 famílias de Estrela que vivem próximos da BR-386.