Nos últimos 15 anos a região enriqueceu 55% devido a sua produção e venda. O retorno de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que em 1995 era de R$ 10,3 mil per capita, hoje é de R$ 16 mil.
O aumento é reflexo da diversidade econômica, sustentada pelos setores de serviços, indústria e agropecuária. As cidades maiores como Lajeado são destaque nos serviços com mais de 65% do valor adicionado voltado ao setor.
Fazenda Vilanova tem o maior crescimento da região, com 210%. Na cidade o maior retorno é voltado ao setor da indústria, com 43,5%. Em 15 anos o retorno subiu de R$ 2,7 mil para R$ 23,9 mil per capita.
Neste período, a população cresceu 19,5%, três vezes menos do que o valor gerado. Para o economista Adriano Strassburguer, a carência de mão de obra na região está ligada a distinção desses crescimentos.
“Se a quantidade de produção e venda aumenta, se precisa mais pessoas para trabalhar. Contudo, o número de habitantes não cresceu no mesmo ritmo.”
Para ele, o crescimento acelerado tem o ônus de atrair muitos imigrantes.
Segundo o secretário de Indústria e Comércio de Lajeado, Carlos Alberto Martini, a dinamismo da região é o que faz ela se desenvolver. O Vale do Taquari é considerado uma das três regiões mais dinâmicas do estado. Ele cita como exemplo as lojas especializadas de produtos de um só segmento, como colchões e sex shops. “Anos atrás lojas assim não se sustentavam devido à baixa demanda de clientes. Hoje, se tornaram comuns.”
Segundo ele, a população local é culta e com um poder aquisitivo maior.
Entre os cinco mil municípios do Brasil, Lajeado está na 308ª posição com maior concentração de famílias com renda elevada. A média familiar é de R$ 22 mil por ano. Isso faz com que os consumidores se tornem mais exigentes por qualidade, sofisticação e variedade.
Martini diz que uma região rica e em crescimento só tende a manter o ritmo. Na sua visão ela gera mais oportunidades de trabalho, instalação de empresas e serviços singulares.
No estado o crescimento de riqueza é ainda maior. Em 15 anos, foram 87% de aumento no pagamento do imposto. De R$ 7,8 mil arrecadado por pessoa, passou para R$ 14,7 mil.
No total, em 2010, o vale pagou R$ 5,2 milhões em imposto de mercadorias. Do montante, 25% fica nos municípios e 75% vai para o governo estadual.
McDonald’s em Lajeado
O desenvolvimento da região, desde o ano passado, atrai e faz com que grupos de empresários invistam em negócios voltados a franquias. A mais recente novidade é a instalação da rede internacional de lanchonetes McDonald’s. O secretário Martini confirma que empresários procuram áreas em Lajeado para abrirem o empreendimento.
Ela deve ocorrer até o fim de 2012. Três pontos estão sob análise, todos com mais de dois mil metros quadrados de área. Nenhum deles fica na área central de Lajeado.
Segundo Martini, a franquia dessa rede se instala em cidades com renda familiar elevada e em grandes centros, com mais de 300 mil habitantes. No caso de Lajeado foi considerada a população do Vale do Taquari.
O sistema de funcionamento deverá ser americano – drive thru, em que o cliente estaciona e compra a comida dentro do carro.
Outras franquias, como a norte-americana Subway, a Cacau Show e a Croasonho também se instalaram na cidade com a mesma justificativa.
Os serviços do Vale
A prestação de serviços é o principal retorno da região, com 52,7%. O segmento é dividido em diversos itens. O maior volume vem da educação (centro universitário), saúde (hospitais), transporte (transportadoras), informática, telecomunicações e energia. Indústria representa 32,9% e agropecuária, 14,3%