Com a paralisação de 80% dos servidores dos Correios no estado, empresas adotam soluções alternativas para entrega de boletos. Algumas utilizam os próprios funcionários, outras terceirizam o trabalho.
Em uma empresa do ramo de entrega expressa que atua na região, o reflexo da greve foi um aumento de 30% na procura. O gerente da unidade de Lajeado, Ricardo Fantin conta que a maior parte são pessoas físicas que precisam enviar documentos, cartas, presentes e outros.
No caso de algumas imobiliárias, a solução é organizar os funcionários para as entregas. Segundo a gerente de uma delas, Rosa Sraporti, 70% dos boletos são enviados pelos Correios. “Este mês tivemos de achar alternativas que envolvem mudanças nas tarefas.”
Em outros municípios, Rosa relata que o procedimento é de ligar aos clientes e enviar por e-mail ou fax. “Saí da rotina, porque as entregas devem ser feitas até o fim do mês.”
Para que consumidores não arquem com multas e juros, é necessário procurar a empresa e solicitar a emissão da segunda via do boleto. Outra medida possível é tentar a prorrogação do vencimento.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o fornecimento da segunda via é um direito do consumidor e não pode ser cobrado. Mas, esperar o vencimento da conta e depois justificar a falta de pagamento por causa da greve, não garantem a retirada dos encargos.
Conforme a coordenadora do Procon de Lajeado, Andreza Martini, se após o contato a empresa não oferecer alternativas para o pagamento, o consumidor fica livre do pagamento das multas e juros. “Em caso de pagamento sobre a fatura com acréscimo de encargos, o valor a mais deve ser ressarcido pela empresa.”
Greve completa 13 dias
As negociações entre a estatal e os servidores paralisados não avançaram nos últimos dias. Segundo o delegado sindical de Lajeado, João Bravo Júnior, as adesões ao movimento crescem. “Mais funcionários de Porto Alegre, Candelária e Guaporé paralisaram as atividades no fim da semana passada.”
Os carteiros do município só aceitam retornar ao trabalho com a abertura das negociações. Eles pedem aumento de R$ 200, reajuste salarial de 7,7% e mais a reposição de perdas salariais de 24%.
Na região dos vales do Taquari e Rio Pardo, 55 unidades e cerca de 700 servidores aderiram à greve. Segundo o diretor das subsedes de Santa Cruz do Sul, Décio Custódio, o sindicato espera retornar o diálogo com a direção dos Correios a partir desta tarde.