Crianças morrem carbonizadas em Paverama

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Crianças morrem carbonizadas em Paverama

Na madrugada deste sábado, por volta da meia- noite, um incên­dio, em Morro Bonito, interior do município, terminou em tragédia para a família Vieira. A mãe, Cristiane Vieira afirmou em depoimento à Polícia Civil que estava num baile e havia deixado a sobrinha Juliane Andrielli Vieira Martins, 13, a Dyuli para cuidar do filho João Vitor Vieira, 4.

Quando o fogo começou, vi­zinhos e familiares ouviram os gritos da menina e tentaram arrombar a porta que estava chaveada com um cadeado pelo lado de fora. Segundo testemu­nhas, o pai do menino, Zaqueu Vieira estava na casa ao lado e conseguiu arrombar uma das portas, mas foi arremessado para fora com uma explosão.

incConforme o tio das crianças, Cláudio Vieira, moradores segura­ram o pai para que não entrasse na casa que era consumida pelas chamas. Os pais de Juliane estão em estado de choque e tiveram que ser medicados.

O tio Luis Vieira, 36, afirma que não havia instalação ilegal de energia elétrica e que a residência tinha contador de luz. “Falaram muitas coisas que não aconteceu. Estamos chocados com isso e que­remos Justiça.”

O incêndio chegou a atingir parte de uma casa ao lado e um dos moradores entrou nesta casa em meio às chamas para retirar o botijão de gás. “O vizinho e o pai do menino se queimaram todo e foram para o hospital.”

Os moradores chamaram os bombeiros voluntários de Teu­tônia que chegaram cerca de 15 minutos depois. O local é de difí­cil acesso, num terreno íngreme. Conforme o chefe de socorro Sar­gento Scheren, devido às chamas intensas, a água do primeiro caminhão acabou, sendo preciso chamar um reforço dos Bombei­ros de Estrela para controlar o incêndio que ameaçava outras casa morro acima.

Em pouco mais de dez minu­tos o incêndio foi controlado. O industriário e bombeiro volun­tário, Everton Magedanz lembra das cenas chocantes. “Não havia mais o que pudesse ser salvo.” O enterro das duas crianças ocorre no domingo.

Familiares afirmam que ain­da havia restos mortais da me­nina em meio aos destroços. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de curto-circuito, mas familiares afirmam que o me­nino costumava brincar com fósforos dentro de casa. O Ins­tituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul isolou a área e o resultado da perícia será en­tregue ao delegado Mauro Mall­mann, num prazo que varia de dez dias a um mês.

Mãe responderá por crimes

De acordo com a conse­lheira tutelar, Ana Fernan­des, uma informação anô­nima apontou que a casa tinha grades de metal e que a porta era trancada com um cadeado pelo lado de fora. A testemunha afirma que a mãe costumava sair à noite, deixando as crianças sozi­nhas presas no imóvel.

No momento do incêndio, o outro filho de Cristiane, de 10 anos, estava na casa de uma vizinha. Os pais de am­bas as vítimas são separados e há duas semanas, Zaqueu tentou obter a guarda do me­nino. “É preciso que as pes­soas denunciem antes que o pior aconteça.” A mãe res­ponderá por dois processos criminais: abandono de inca­paz e homicídio culposo.

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