Construção de casas populares está sem previsão

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Construção de casas populares está sem previsão

Famílias esperam desde 2009 pela construção de 50 casas populares no Vale dos Pinheiros. A ad­ministração municipal prometeu resolver a situação até a reunião de ontem, mas representantes da obra não compareceram e pra­zos foram estendidos. Revolta­dos com a demora, beneficiados pediram auxílio de vereadores e imprensa.

O projeto habitacional, atrasado em dois anos, teve a pedra funda­mental colocada em 2009. A ver­ba de R$ 888 mil do Ministério das Cidades foi liberada pelo governo federal e pela Caixa Econômica, responsável pelo financiamento dos imóveis, este ano, informa o vice-prefeito José Calvi.

casasNa semana passada, as ins­truções normativas aguardadas pela Caixa, como dados de fisca­lização e acompanhamento das obras, foram repassadas pelo go­verno. Era o que faltava, segundo Calvi, para o começo das obras.

Segundo o vice-prefeito, no iní­cio, as construtoras se negaram a realizar os serviços devido aos baixos valores pela obra. Durante os últimos 20 dias, a administra­ção municipal e a União de Asso­ciações de Moradores de Alvorada (Uama), que é responsável pela construção das casas, procura­ram por uma nova empreiteira.

No encontro foram propostas duas soluções. Uma delas seria a contratação de nova empresa, o que elevaria o valor de cons­trução de cada casa de R$ 17 mil para R$ 21 mil, tendo de buscar mais R$ 150 mil pelo governo estadual. Assim, as casas custa­riam mais caro por serem feitas com cimento e tijolos.

Outra solução seria uma nova migração para o Programa Mi­nha Casa Minha Vida II. Cada casa sairia pelo valor de R$ 17 mil, porém o tempo de espera poderia ser ainda maior. As resi­dências seriam feitas no Sistema Radier, que prevê fundação rasa, onde uma laje de concreto fica sob toda a área a ser construída.

Não são utilizados tijolos, sendo toda a estrutura feita em formas de metal enxertadas de concreto, levando 12 horas para a seca­gem, o que tornaria a obra mais barata e rápida.

A maioria dos 38 presentes op­tou por conseguir o valor de R$ 3 mil para não ter de esperar por mais tempo. Depois de algumas discussões entre moradores e ad­ministração, Calvi prorrogou o prazo para a definição das obras. Duas novas reuniões foram mar­cadas, uma para o dia 12 de se­tembro e outra para outubro. Até lá, as 50 famílias aguardarão no­tícias sobre suas casas.

Como funcionará depois de concluído o projeto

O Projeto Habitacional Vale dos Pinheiros prevê a construção de 50 casas populares, de 38 metros quadrados cada, com sala, cozi­nha, dois dormitórios e um ba­nheiro. A área a ser ocupada no loteamento é de 10 mil metros quadrados.

Os recursos para as obras são oriundos do governo federal e a infraestrutura será custeada pela administração municipal. As famílias foram cadastradas e pagarão valores mensais de R$ 30 a R$ 50, durante oito anos. O valor arrecadado com as parce­las dos proprietários será reverti­do em melhorias para o bairro.

Duas soluções

-A realização das casas com uma nova empreiteira, o que elevaria o valor de construção de cada casa de R$ 17 mil para R$ 21 mil, tendo de buscar mais R$ 150 mil pelo governo estadual. Assim, as casas custariam mais caro por serem feitas de forma normal, com cimento e tijolos.

-Uma nova migração para o Programa Minha Casa Minha Vida II. Cada casa permanece­ria no valor de R$ 17 mil, porém o tempo de espera seria ainda maior. Estas seriam feitas no Sis­tema Radier, no qual não são utilizados tijolos, sendo toda a es­trutura feita em formas de metal enxertadas de concreto, levando 12 horas para a secagem, por isso se tornaria mais barata e rápida.

“Se não tivessem prometido, não ficaríamos esperando”

Residentes no bairro Na­vegantes, André Cardoso da Silva, 31, a mulher, San­dra, 37, e a filha, Tailing, 4, aguardam ansiosos pela casa própria. A família mora de aluguel há dois anos, tempo em que espera pela constru­ção da casa popular com que foi beneficiada.

Da Silva é aposentado por invalidez. Ele sofre de uma doença rara chamada ane­mia falcifo, acarretada pela má formação das hemácias, encurtando o tempo de vida e podendo ocasionar outras doenças, como o câncer. Ele e a filha contam com a renda de Sandra, que trabalha num frigorífico na cidade. “Se não tivessem prometido, não ficarí­amos esperando.”

Segundo Da Silva, as últimas reuniões foram perda de tem­po e prejudicaram o trabalho da mulher. “Tão sempre enro­lando (sic).” Da mesma forma, Leodir Carlitos de Freitas, 42, reclama da demora na cons­trução das casas. Ele mora em área alagadiça e não tem con­dições de construir uma casa sem o auxílio do projeto. Ele, como as demais famílias, só quero cumprimento da pro­messa da casa própria, a qual tanto espera.

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