Duplicar o trecho de 134 quilômetros entre Lajeado e Tio Hugo, na região norte do estado, será a principal reivindicação regional nos próximos anos. A obra está orçada em R$ 1 bilhão, e a campanha comunitária começou ontem com lideranças realizando blitzes em Lajeado, Soledade, Tio Hugo, Carazinho e Iraí.
A Comissão Pró-Duplicação distribuiu aos motoristas 40 mil adesivos e mais 300 mil folhetos com o slogan “BR-386 – Duplicação é a Solução”, no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ontem. “Acho válida esta manifestação. Espero que os governantes entendam a necessidade desta obra”, afirma o caminhoneiro Adilson de Souza, natural de Iraí. Ele percorre o trecho todos os dias e reclama da insegurança e dos buracos.
Conforme o presidente da comissão, José Luiz Cenci, a manifestação popular será importante para buscar recursos federais e sensibilizar governantes. “É possível ver um bom contingente de veículos circulando com o adesivo.” Cenci avisa que foi aprovado requerimento para audiência pública em Brasília, ainda sem data definida. Outra será marcada com a bancada gaúcha em Porto Alegre.
Segundo o secretário de Governo de Lajeado, Isidoro Fornari, a próxima ação será um encontro com os prefeitos das cidades compreendidas pelo trecho. “Hoje, estamos iniciando uma pressão comunitária. O próximo passo é articular uma pressão política.”
Na semana retrasada, a comissão visitou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, que estava acompanhado do superintendente do Dnit no estado, Vladimir Casa, e do presidente da Assembléia Legislativa, Adão Villaverde. Na ocasião, foi entregue um relatório com dados econômicos e sociais do trecho.
Importância da duplicação
A BR-386 é responsável pelo escoamento das safras agrícolas do estado e beneficia cerca de 30% da população do estado. São 454,9 quilômetros de extensão, ligando o Vale do Taquari às regiões Metropolitana, Norte, do Alto da Serra do Botucaraí, Alto Jacuí, Missões, Rio da Várzea, Fronteira Noroeste, Noroeste Colonial, Celeiro, e Médio Alto Uruguai.
Segundo Cenci, a duplicação beneficiará, de forma indireta, 23% da área territorial do estado e 48% dos municípios. De acordo com o documento entregue ao Dnit, pelo trecho trafegam todos os dias 1.247 carretas com 30 toneladas de carga, e mais de 180 mil veículos por mês. Dados da Polícia Rodoviária Federal mostram que, entre janeiro de 2007 e junho de 2011, houve 1.992 acidentes com 71 mortes.
Estimativa de produção
– produção agrícola (ton/ano):9.553.000;
– ingresso de insumos agrícolas (ton/ano): 796.000;
– suínos (ton/ano): 994.000;
– aves (ton/ano): 693.000;
– leite (ton/ano): 1.620.000.