Uma reportagem de capa publicada em maio de 2010 alertou para o mau uso de um terreno na rua Arnoldo Uhry, divisa dos bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio. O local deveria servir só para despejo de lixo orgânico, mas a falta de segurança e fiscalização transformaram o lugar em um aterro de dejetos e entulhos.
Ontem, a equipe da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) foi até o local e, após constatar a presença de móveis, latas de tinta pneus, lixo industrial e peças de carro, notificou a administração municipal. “Queremos que o setor responsável nos apresente uma justificativa, caso contrário poderá acarretar crime ambiental”, diz Dari Júlio Scherer, responsável pela Patram.
Segundo ele, a administração municipal tem até amanhã para responder.
Na segunda-feira passada, a reportagem fotografou veículos da administração municipal depositando restos de móveis e entulhos recolhidos nos bairros atingidos pela enchente. A secretária de Meio Ambiente, Simone Schneider, confirma o depósito. “Este material foi levado lá em caráter de urgência, até que se encontre um lugar ideal para realocá-lo.”
Sobre a notificação, Simone afirma que a área é de responsabilidade da Secretaria de Agricultura (Seaab). Waldir Gisch, responsável pela Seaab, diz que a comunidade cobra pela limpeza imediata da cidade após situações de calamidade, como a enchente do último mês. “Trata-se de uma situação atípica. Não havia outro local para levarmos os entulhos.”
Gisch confirma que há dificuldade em fiscalizar empresas e pessoas que depositam lixo de forma irregular no local. Lembra que, por duas vezes, a áera foi cercada. “Mas em menos de dois dias a cerca foi roubada.” Ele diz ainda que a única forma de controlar a entrada de lixo no local seria a colocação de um guarda.