Com a chegada de 3,5 mil doses da vacina contra a gripe A, começa a imunização da população em geral em toda a região. Desde abril, elas eram oferecidas aos integrantes do grupo de risco: crianças até 2 anos de idade, profissionais da saúde e indígenas.
Em Lajeado, as doses estão disponíveis no Posto de Saúde do Centro, das 8h às 18h e no Posto de Saúde do Montanha, das 8h às 20h. A vacina protege contra dois tipos de gripe comum e a gripe A, causada pelo vírus influenza A (H1N1), diagnosticado pela primeira vez em 2009.
Para garantir a vacina, as crianças devem apresentar a carteira de vacinação. Para adultos, basta o documento de identidade.
O delegado adjunto da 16ª CRS Volnei Jost conta que com as vacinas vieram doses do remédio Tamiflu, criado para combater o vírus H1N1. O medicamento será oferecido às secretarias de Saúde e hospitais da região para tratamento de pessoas com os sintomas e casos comprovados da doença. Segundo ele, julho é o mês que mais inspira preocupação ao órgão público.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Virgínia Rodrigues Togni, “a meta diária no Vale será 200 aplicações”. Em 2009, o Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado recebeu 370 pessoas com suspeitas de infecção. Destas, 18 tiveram a doença confirmada e foram liberadas após o tratamento. Em 2010, foram quatro pessoas com os sintomas, em nenhuma delas o vírus foi diagnosticado.
Os sintomas são parecidos com os da gripe comum, mas aparecem em maior intensidade. Entre eles, febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dor na garganta e fraqueza.
Ontem, o vendedor Osemar Schmidt esteve no Posto de Saúde do Centro com o filho Eduardo, 5 anos, em busca da vacina. As 22 doses oferecidas no local durante a tarde foram distribuídas entre os que esperavam na fila e ele ficou sem receber a imunização.
Hoje, ambos viajam até a fronteira com a Argentina, um dos locais com a maior incidência da doença. O pai diz estar com medo. Schmidt diz que voltará ao Posto de Saúde durante a manhã para tentar receber a imunização.
Segundo Inge Storck dos Passos, enfermeira do projeto de imunização da 16ª CRS, em breve 300 mil doses da vacina contra a gripe A chegam ao estado. Elas pertencem aos estoques do Pará e de Alagoas. A distribuição nos municípios será realizada pelas Coordenadorias Regionais de Saúde com ênfase nas regiões que registraram a presença do vírus.
Cuidados
– A principal forma de proteção é a higiene pessoal. Mantenha as mãos sempre limpas, e evite levá-las à boca;
– Se a pessoa estiver resfriada ou gripada, a dica é carregar um lenço descartável para reter tosses e espirros;
– Evite compartilhar alimentos, copos, talheres, pratos e outros objetos de uso comum;
– Ambientes fechados fazem agentes infecciosos circularem por mais tempo. Abra as janelas e portas sempre que possível.
Outros locais de vacinação
Arroio do Meio
– Todos os postos do município, de acordo com a disponibilidade de vacinas;
Encantado
– Até o fechamento da edição não foi confirmado quando começariam as imunizações;
Estrela
– Posto de Saúde do Centro, das 7h às 21h, sem fechar ao meio-dia.
Medo diminui procura
Na tarde de ontem, a mãe Lourdes Prado, porto-alegrense que há dois anos reside no município, esteve com os filhos Nicolas, 8 anos, e Cristian, 2 anos, no Posto de Saúde do Centro.
Ela conta que há dois anos, o filho mais novo foi internado em um hospital da capital do estado com suspeita da doença.
Ele ficou dois dias acamado e recebeu o remédio Tamiflu. Com a redução dos sintomas o diagnóstico foi que o menino sofria de uma gripe comum. “Ficamos todos muito assustados.”
Segundo ela, muita gente tem medo das reações causadas pela vacina e opta por não se imunizar.
De acordo com o SES, o novo protocolo para uso do medicamento diz que devem tomar o remédio pessoas com casos graves da doença, mesmo que ultrapassadas as primeiras 48 horas do agravamento dos sintomas.
Crianças de até 2 anos, adultos jovens, grávidas e mulheres que acabaram de dar à luz e pessoas com doenças cardiovasculares, asma e diabetes devem informar seu estado antes de receberem a vacina.
Perigo invisível
A dita pandemia de gripe A (H1N1) iniciou no país em 2009, quando duas pessoas vindas do México apresentaram sintomas da doença. Em agosto daquele ano o Ministro da Saúde declarou que 77% dos casos de gripe eram decorrentes do H1N1 e 20% das mortes no mundo foram registradas em território brasileiro. Em 2010, o Ministério da Saúde confirmou que os casos fatais chegaram a 557, o que levou o país a liderar o número de mortes pela pandemia. Em todo o mundo foram 58 178 casos confirmados e 1 568 mortes em decorrência do vírus.