Moradores reclamam do mau cheiro de um esgoto corre a céu aberto nos fundos das casas na rua Germano Hasslocher, no bairro Oriental. Em setembro de 2010, a reportagem trouxe o problema que persiste até hoje. O Ministério Público deu prazo até o fim do mês para resolvê-lo.
“É vergonhoso isso aí”, aponta o eletricista Pedro Schmitt, 59 anos, mostrando a água suja que sai dos canos diretos no solo.
Morador da rua há 30 anos, ele calcula que há 20 reivindica a canalização.
Quando chove, o esgoto transborda e a água chega aos quintais das casas. Em dias mais quentes o mau cheiro se acentua e a família de Schmitt precisa fechar as janelas da casa para almoçar.
Schmitt tem medo de contrair doenças, como a leptospirose, visto que os animais que passam pelo esgoto entram em sua casa. “Estou irritado porque não sou atendido. Não entendo porque ignoram nosso pedido.”
Sua vizinha, Janete Maria Wermann, diz que o esgoto vaza no matagal há cerca de três anos. Afirma que desemboca em um arroio nas proximidades. “Isso é um descaso.”
O vereador Joel Mallmann (PSB) encaminhou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Básico um pedido de instalação de uma miniestação de tratamento de esgoto no local, aos moldes que o município tem em outras partes da cidade.
Segundo o legislador no ano passado ele encaminhou o assunto ao Ministério Público, pois no local, além do mau cheiro, existe a proliferação de insetos. “Estamos fazendo um alerta para a Secretaria do Meio Ambiente para que execute a obra.”
Segundo ele, a secretária Ângela Schossler alegou que a prefeitura não pode prestar esse serviço, pois a câmara de vereadores rejeitou os projetos para a municipalização da água.
Na resposta, ela informou sobre um diagnóstico dos pontos críticos de esgoto in natura no município.
O que passa nos fundos da casa de Schmitt está incluído nesse levantamento.
Secretária não descarta a obra
O estudo feito pela secretaria apontou mais de 50 pontos onde há esgoto correndo a céu aberto. Ângela lembrou que a administração municipal trabalhou por meses pela municipalização da água e como ela não ocorreu, voltou ao antigo ritmo de planejamento.
“Agora, temos que aguardar dentro do nosso cronograma de atividades e dentro da situação financeira do município. Mas essa obra entrará nesse planejamento”, garante.
Ela não determina um prazo para a realização da obra. O município estuda os próximos passos para assumir o abastecimento e o tratamento da água. “Continuamos na busca de ferramentas para a municipalização”, diz, lembrando que esse processo será demorado.