Moradores querem o fim da Picada

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Moradores querem o fim da Picada

A comunidade de Pica­da Augusta, interior do município, quer mudar seu nome. A proposta deve ser analisada em reunião com a administra­ção municipal em julho.

O organizador do projeto, estudante de técnico em Ma­rketing, Samuel Herrmann, 22 anos, diz que a iniciativa valorizará a comunidade. Um dos motivos para a mudança é que, face ao desenvolvimento local, pessoas de outras regi­ões procuram pelas empresas e o comércio na Picada, tendo dificuldade de se localizarem.

picadaOs moradores sugerem no­mes como Vale Augusta ou rua Augusta. Herrmann sugere ainda a exploração comercial e turística das cascatas, pro­dução de uvas e vinhos, au­tomóveis antigos, promoções culturais do comércio, produ­tos coloniais e o café colonial servido no Pavilhão Comuni­tário, conhecido como Baiúca.

Picada Augusta tem cinco quilômetros de extensão, cerca de 15 empresas e de 150 mora­dores. Para que o nome possa ser alterado, é necessário que todos participem do abaixo-as­sinado que está na loja Paty’s Moda. O pedido protocolado encontra-se na prefeitura.

Outras propostas apresenta­das por Herrmann são a cons­trução de um pórtico de aces­so à localidade, às margens da ERS-453, km 24, no acesso principal e a pavimentação da estrada geral. “Teríamos uma referência para quem vem de fora e uma aparência melhor.”

Um dos moradores mais an­tigos da Picada, o comerciante Ari Ulsenheimer, 66 anos, re­corda da época em que as pou­cas casas ali construídas esta­vam separadas por campos de plantação. Com o passar dos anos, a comunidade se tornou uma das maiores da região. Ele e sua mulher Renilda moram lá há 33 anos. Ambos são natu­rais de Santa Clara do Sul.

Ulsenheimer opina que se­ria importante dar um nome que identifique a comunidade.

Hoje, as casas não são nume­radas e as correspondências são endereçadas como interior de Cruzeiro do Sul. O comer­ciante destaca que a pavimen­tação já foi solicitada por meio de um abaixo-assinado e esta obra, como as demais, deve ser prioridade do governo.

História de Picada Augusta

O nome de Picada Augusta vem de pique, um trilho aberto e picado a facão e foice em meio ao mato, que os colonizadores utilizavam como estrada.

Na época da colonização, a co­munidade se localizava ao Norte da Picada Eckert, Oeste da Linha Rockenbach, Sul da Fazenda São Bento e ao Leste da Picada São Gabriel.

Segundo Schierholt, o nome de origem, Aurora, pode estar liga­do a alguma das filhas do dono da fazenda, Rafael de Azambuja. Ele diz que os primeiros docu­mentos e dados históricos foram destruídos com a residência de Carlos Schneider, sendo impossí­vel saber ao certo sobre a histó­ria de Picada Augusta.

Dentre outras grandes obras que se destacam na comunida­de, está a construção do salão comunitário da Baiúca, inaugu­rado em 1985, ainda em madei­ra. Hoje o salão é de alvenaria e tem mil metros quadrados. No local são realizados seus prin­cipais eventos, como Festa do Clube de Mães (janeiro), Baile de Casais (março), Festa de São João e Baile de Kerb (junho), Jantar Baile (agosto), September Fest (setembro) e Baile de Natal e a Festa dos Veteranos (dezembro).

“Não faz sentido mudar o nome”

Para o professor, histo­riador e escritor, José Al­fredo Schierholt, não faz sentido mudar o nome da comunidade. Existem questões mais pertinentes que devem ser resolvidas. Acredita que não é ofensi­vo chamar a comunidade de Picada, pois sempre foi assim. “Não é mudando o nome que se mudam as coisas, a vida, a comuni­dade.”

Schierholt destaca que algo está faltando, como mais amor ao tor­rão, à terra, à produção e melhorar o sistema de educação, esporte, prio­ridades que devem ser atendidas.

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