As constantes reclamações no abastecimento e na manutenção da rede elétrica serão os assuntos do encontro entre os prefeitos com a diretoria da AES Sul no dia 4 de julho, na sede da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). Eles querem saber quais serão os investimentos da empresa nos 29 municípios atendidos por ela.
De acordo com o presidente da Amvat, o prefeito de Westfália, Sérgio Marasca, os prefeitos estão insatisfeitos com o atendimento da empresa. Ele conta que uma das exigências é a manutenção das redes de energia, principalmente nas áreas rurais, e na melhora de atendimento.
O prefeito de Fazenda Vilanova, José Cenci reclama do serviço. Ele diz que o abastecimento no município é satisfatório, mas que o problema é com os postes – a maioria é de madeira e parte deles está com as bases apodrecidas. Cenci acrescenta que é comum os moradores ficarem sem luz, quando há ventos e chuva fraca.
Ele cobra da gerência da AES Sul a prevenção para os problemas de quedas de energia. Cenci espera que os postes de madeira sejam trocados pelos de concreto ainda neste ano.
Para o prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert diz que a empresa atende aos pedidos feitos. Ele informa que, desde 2009, a administração municipal está em contato com o gerente do Vale do Taquari, Gilberto Schleder, para melhorar o serviço, mas ressalta que a demanda de obras atrasadas é grande.
A cobrança é fortalecida depois que o gerente da região dos vales da concessionária, Luiz Krummenauer, divulgou, na semana passada, que serão aplicados R$ 1,9 em obras em Estrela, como a troca de 508 postes de madeira pelos de concreto neste ano.
Krumennauer informa que a empresa investirá R$ 250 milhões neste ano. Ele não informa quanto será destinado à região, porque o valor será apresentado aos prefeitos na reunião.
Executivo ingressou na Justiça
Uma das maneiras encontradas pelos administradores municipais foi acionar a AES Sul na Justiça. O secretário de Obras de Estrela, Nardi da Silva, diz que a comunidade reclama da demora no atendimento e no restabelecimento de energia elétrica, nos danos da rede de esgoto quando os postes são trocados e outros que caem devido às bases apodrecidas.
O secretário informa que a concessionária não faz o serviço de prevenção: as melhorias são feitas só quando algo mais grave acontece, como quedas de postes ou fios de alta tensão rompidos.
Empresa perde na Justiça, mas recorre
O produtor de frangos de Picada Arroio do Meio, Ricardo Liesenfeld, que acionou a Justiça contra a AESSul devido à oscilação de energia, ganhou a causa, mas a empresa recorreu. Em setembro de 2010, a distribuidora mediu a energia na sua propriedade e classificou os níveis de tensão como “críticos”.
Oito meses depois, a empresa que perdeu na primeira sentença, recorreu alegando que o cliente não tem provas. “Eles admitiram o problema, depois voltaram atrás.”
Segundo Liesenfeld, a energia oscila de 160 volts a 220 volts, o que pode queimar as bombas novamente e interromper a distribuição de água aos animais. Ao todo são oito produtores ligados no mesmo transformador. “Não quero passar mais um verão desse jeito.” Quando venceu na primeira instância, a Justiça determinou que a empresa normalizasse a situação em no máximo três meses.