As ameaças de rescisão de contrato feitas pela administração municipal à Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) surtiram efeito. A estatal investirá R$ 4 milhões no município, na tentativa de manter o acordo, renovado em 2008. A informação é da diretoria da Corsan, sediada em Porto Alegre.
O dinheiro será usado na instalação de 11 quilômetros de rede de esgoto no bairro Florestal até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cohab/Moinhos. A estatal solicitou ao governo federal outros R$ 10,6 milhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Caso aprovado, o dinheiro será investido no abastecimento no município.
O investimento faz parte do plano de execuções da Corsan no município. A superintendência regional do órgão se reuniu ontem com os secretários da administração municipal e foi cobrada pelo descumprimento do contrato renovado em 2008. O anúncio não foi oficializado porque a prefeita Carmen Regina Cardoso não participou da reunião. As promessas de investimento em saneamento foram as mesmas feitas pelo diretor-presidente da Corsan, Arnaldo Dutra, ao prefeito de Estrela, Celso Brönstrup. O prefeito ameaçou municipalizar o abastecimento de água por estar descontente com o serviço da estatal.
O secretário de Obras, Mozart Lopes, aproveitou o encontro para cobrar mais ações da Corsan no município. A principal reclamação é a falta de investimentos no saneamento básico.
Lopes critica o planejamento apresentado pelo superintendente da região nordeste da Corsan, Alexsandro Cerentini Pacico. “Se for do jeito que eles planejam, demorará muito tempo para ser concluído.”
Segundo ele, a administração municipal pode rescindir o contrato, caso o órgão descumpra as promessas feitas pela diretoria anterior, quando houve a renovação. Entre elas, está a conclusão de outras duas ETEs.
A única pronta é a da Cohab/Moinhos que, mesmo com investimento de R$ 1,5 milhão, permanece inativa.
Executivo pode privatizar o serviço
Lopes não descarta a privatização do abastecimento de água. O modelo poderá ser baseado no implantado em Uruguaiana, que aceitou a proposta de empresas privadas para fazer o serviço.
Enquanto a privatização segue apenas na ameaça à Corsan, a administração municipal contratará uma empresa para elaborar o plano municipal de saneamento. O secretário ressalta que este documento indicará quais são as prioridades de investimentos que deverão ser feitos pelo órgão.
Pacico salienta que a Corsan executa o que foi determinado pelo cronograma de ações estabelecido quando o contrato foi renovado. Uma das garantias é o funcionamento da ETE do bairro Moinhos. A previsão é de que a estação antenda a comunidade dentro de 90 dias.
Lopes exime a administração municipal, caso a promessa seja descumprida. Ele conta que a responsabilidade do Executivo era a compra do material. “Os canos estão à disposição da Corsan. Agora é tudo com ela.”