Superlotação põe os pacientes em risco

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Superlotação põe os pacientes em risco

Os dez leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Bruno Born (HBB) estão ocupados. Pacientes necessitando de aparelhos especiais para respiração são instalados de forma provisória em dois leitos do setor de Emergência do HBB, que também está lotado. O local deveria servir só para a equipe médica realizar a estabilização inicial do paciente, e depois encaminhá-lo para a UTI ou salas cirúrgicas.

utiO último internado chegou de Encruzilhada do Sul, vítima de um acidente no trânsito. “O Samu trouxe sem avisar, e como o estado de saúde era grave, tivemos de retirar pessoas para colocá-lo aqui”, lamenta uma das enfermeiras responsáveis pela Emergência. Ela admite que, no caso de outro paciente chegar ao local, será difícil atendê-lo. “Desta forma, há o risco de pacientes morrerem aqui.”

Salienta que, na falta de um local para encaminhar pacientes, o Samu se utiliza do chamado “Leito Zero” para as internações, encaminhando as vítimas para o hospital mais próximo, bem aparelhado.

O diretor administrativo do HBB, Élcio Callegaro, diz que o hospital está ultrapassando sua capacidade física de atendimento, e que isto se agravou após o início dos trabalhos do Samu. Desde então, foram atendidas 250 pessoas, inclusive vindas de fora da região, como Erechim. “Isso nos obriga a aumentar os gastos com estrutura física, medicamentos, materiais, médicos e colaboradores.”

Callegaro confirma os riscos de mortes. “Esta é nossa maior preocupação. Chegarmos ao ponto de deixarmos de atender pela falta de estrutura física.” Na quinta-feira à tarde, a diretoria comunicou ao Ministério Público (MP) e à 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). “Quando a estrutura não tiver leito disponível para estes casos, cabe ao gestor público buscar leito privado.”

O HBB aguarda os repasses de R$ 45 mil mensais para custear o atendimento do Samu. A diretoria confirma que há uma diferença de R$ 613 mil que o hospital tem por receber, referente aos meses de dezembro de 2010, e janeiro, fevereiro e março deste ano. “Isto depende de assinatura de termo aditivo, que será feito hoje. Aguardaremos o repasse nos próximos dias.” Na próxima semana, HBB, MP, Consisa, 16ª CRS e Samu se reúnem para discutir uma solução para o problema.

Emergência registra 411 atendimentos

A Emergência do HBB atendeu, no último fim de semana, 411 pacientes. A média normal gira em torno de 130. No sábado foram 146 pessoas atendidas, sendo 82% de Lajeado e, no domingo, 166, sendo 80% de Lajeado. A maioria deu entrada com sintomas de gripe, como infecção respiratória, tosse e febre. Callegaro destaca que, se a demanda seguir neste estágio, será necessário contratar mais um médico plantonista.

O médico plantonista do HBB, Fábio Fraga, diz que a maioria dos atendimentos foi de pessoas que já estavam com tosse e febre há dias, mas procuraram a emergência pela facilidade de acesso. “Esses casos dão entrada juntamente com acidentes de trânsito e casos de infarto”, destaca Fraga, acrescentando que, na manhã de segunda-feira, outras 42 pessoas foram atendidas com sintomas de gripe.

O HBB recebe R$ 164,2 mil mensais da administração municipal. O contrato tem vigência até 2013. Callegaro diz que a demanda aumentou 47% desde a assinatura do primeiro convênio em 2007, e que o ideal seria um repasse de R$ 240 mil. Hoje, a média mensal de atendimentos ultrapassa 2,5 mil. Há um projeto para ampliar a Emergência em 30%. Ele faz parte da Consulta Popular, com previsão de R$ 250 mil para a reforma, que deve iniciar em julho.

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