Depois de quatro meses arcando com as contas do governo federal, prefeitos dos municípios conveniados ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) repensam a adesão. Uma reunião entre os secretários municipais da Saúde está marcada para sexta-feira, às 14h, na Coordenadoria Regional de Saúde.
Em outubro do ano passado, 26 municípios da região firmaram, em contrato, parcerias para o pagamento do serviço. Cidades conveniadas ao Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa) pagam R$ 0,21 por habitante/mês e as demais, R$ 0,29. A soma mensal é de R$ 65 mil. Destas cidades, cinco descumpriram o acordo e não pagaram o serviço, deixando a dívida para os demais. A soma chega a R$ 215 mil.
Os governos estadual e federal também entraram na parceria. O estado pagará por mês R$ 48 mil para manter as unidades e a União R$ 90 mil/mês – ainda em dívida com os municípios. Eles estão pagando as contas para que o serviço não pare.
O presidente do Consisa e prefeito de Doutor Ricardo, Nilton Rolante, diz que será definida em reunião a situação do Samu. “É preciso resolver os problemas. Se continuarmos com o serviço é preciso avaliar a permanência dos não pagantes.”
O secretário da Saúde de Lajeado, Renato Specht, confirma falhas no processo burocrático do serviço e se queixa da desigualdade. Segundo ele, os pagamentos deveriam ser divididos em três partes, mas hoje quem arca com as maiores despesas é o município.
Specht diz que Venâncio Aires devolveu há poucos dias uma ambulância de atendimento avançado para reduzir custos. Ele espera que a região não precise chegar a este ponto. Alega que os secretários querem o prazo de um mês para decidir se permanecem com o serviço.
No dia 26 de maio ocorre em Teutônia a reunião da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), na qual será discutido o assunto. O presidente do Consisa falará sobre as dificuldades do serviço.
Sobre o serviço
O trabalho iniciou no dia 26 de janeiro deste ano. A equipe atende aos casos de urgência e emergência médicas quando acionada pelo telefone 192. São cinco ambulâncias básicas, que ficam em Arvorezinha, Encantado, Estrela, Lajeado e Teutônia, e uma ambulância avançada com UTI em Lajeado e uma motolância em Encantado.
Conforme a coordenadora geral do Samu, Maria Beatriz Pegas, desde janeiro foram realizados 973 atendimentos com as unidades básicas e 60 com as unidades avançadas.
O Samu atenderá em casa e no trabalho nos casos:
– traumatismos não-intencionais, violências e suicídios;
– cardiovasculares;
– ginecológicos e obstétricos;
– pediátricos;
– psiquiátricos;
– metabólicos;
– respiratórios.
Atenção na hora de ligar
O Samu (192) atende acidentes domésticos, vítimas de traumas, acidentes de trânsito, quedas e ferimentos. As bases do serviço ficam em Lajeado, Estrela, Teutônia, Arvorezinha e Encantado, que atendem aos demais 21 municípios participantes do consórcio do serviço.
Quem entra em contato com o Samu – no 192 – , falará com a central de atendimento, com sede em Porto Alegre. A ligação é gratuita. A pessoa falará com um médico, que fará as perguntas sobre o local e circunstâncias do fato e o quadro de saúde das pessoas que precisam do atendimento.
Desta central ele acionará a ambulância mais próxima que prestará o primeiro atendimento, podendo ser resolvido no local ou, se necessário, proceder a transferência do paciente até o hospital. Não devem ser usados equipamentos que mascaram o número de telefone. Caso haja dificuldade para encontrar o local, os profissionais utilizarão o número para buscar mais informações.