Moradores ficaram ilhados

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Moradores ficaram ilhados

Na semana em que o município comemora seu aniversário de emancipação ele ficou ilhado. O excesso de chuva bloqueou todos os acessos. As aulas estão suspensas na escola João Batista de Mello e na creche Brincar Construindo. O teatro marcado para a noite de quinta-feira, face às comemorações da semana do município, foi adiado para a próxima terça-feira.

enchentePor volta das 10h de quinta-feira, a ERS-421, principal acesso ao centro da cidade, foi invadida pelo Arroio Forquetinha. Na Vila Stork, as águas destruíram plantações de soja, milho e silos com silagem. Os produtores surpreendidos correram para salvar o que podiam da safra. Sobrou pouco. O adubo e a ureia terão de ser repostos. O agricultor Edson Gisch foi um dos poucos a recolher a soja, e não teve perdas expressivas. “Nunca tinha visto o arroio tão alto.”

Na estrada, motoristas, pedestres e curiosos assistiam, atônitos, ao aumento do nível da enchente. Quem tentava entrar na cidade pelo pórtico não conseguia passar do trevo próximo da Ponte do Storck, que estava completamente submersa. As aulas foram canceladas, pois as escolas estavam ilhadas. “Tive que caminhar com água nos joelhos”, diz Leticia Gisch, de 11 anos, estudante da 5ª série.

O cenário era desolador no centro. Lojas, mercados e casas foram invadidos pela enchente. No posto da Brigada Militar, arquivos e móveis foram danificados pela água. O ferreiro Ditmar Hepp tentou salvar seus produtos os alojando em uma garagem ao lado de sua casa, mas ela também foi atingida. “Acho que perdi uns R$ 20 mil só em equipamentos e motores.” Ele lembra que, desde 1986, esta foi a terceira enchente que alcançou seu estabelecimento.

Uma fábrica de roupas teve o setor de confecção inundado. Segundo a proprietária, as perdas foram inexpressivas, mas a sujeira atrasará a mudança do prédio, que estava programada para este sábado. Adriano Hermann, dono de um mercado, perdeu diversos produtos, principalmente ração animal. “Foi a segunda vez desde 2010.”

O dono de uma fruteira no centro calcula um prejuízo de R$ 60 mil. Devido à água e à lama ele perdeu tudo o que tinha no estabelecimento, como frutas, alimentos e freezers com carne.

Até às 16h de quinta-feira, não havia funcionários da administração municipal no local para ajudar os moradores. O auxílio partia dos próprios vizinhos. Eram tratores, jatos de água, vassouras e caiaques colocados à disposição para ajudar as pessoas ilhadas dentro de casa e levar os pertences para lugares seguros.

Os danos no município foram materiais, com prejuízos na área rural, estradas destruídas ou danificadas, e perda de móveis, produtos e eletrodomésticos.

Nesta sexta-feira, Forquetinha permanece ilhada e o único acesso ao município é pela localidade de Arroio Alegre.

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