Moradores relatam que esta foi a maior enxurrada na história do município, com alagamentos em pontos onde a água jamais havia chegado. Mais de dez casas foram invadidas pela água. Acessos a propriedades foram interrompidos e pontes pelo interior foram destruídas.
No centro, as comunidades da rua das Flores, do loteamento Popular e do loteamento Lenhardt foram as mais atingidas. No interior, Sampaio foi o mais prejudicado.
Conforme o secretário de Obras, Márcio Haas, as consequências da enxurrada implicarão o atraso de meio ano na execução de demais obras no município. Haas destaca que todos os atendimentos emergenciais deverão estar concluídos até o fim da próxima semana. “Se necessário, trabalharemos no sábado e domingo para reconstruir o que foi perdido.”
Nesta sexta-feira, a comunidade de Sampaio está isolada. Cinco máquinas trabalham durante o dia para controlar os deslizamentos. No centro a situação se normalizou ainda na quinta-feira.
Foram suspensas as aulas noturnas da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Clara, e as aulas de todas as escolas da rede municipal.
Residência condenada
Em Sampaio, a residência do agricultor Nilo José Metz, 40 anos, foi condenada após o deslizamento de um barranco sobre a parte traseira da casa que aconteceu ao meio-dia, quando a família almoçava. Metz mora com a mulher e dois filhos. Eles dormirão no galpão ou na casa de vizinhos. A casa tem seguro total.
Inundação
Em São Bento, diversas casas ficaram alagadas. O acesso principal à cidade, sobre a ERS-413, ficou interrompido em diversos pontos durante a manhã de quinta-feira.
A família Castro não estava em casa quando o nível da água subiu. Os vizinhos arrombaram a porta dos fundos para conseguir entrar. A água invadiu a residência, danificando três máquinas de lavar roupas e outros equipamentos.
Sem contabilizar o prejuízo, a família disse que cobrará indenização da administração. “Já havíamos pedido para que aumentassem os bueiros em frente a nossa casa. Agora eles transbordaram e invadiram diversas residências vizinhas.”
Enquanto moradores tentavam entrar na casa da família, o muro ao lado da residência despencou e uma mulher, que estava sobre ele caiu. Ela teve ferimentos leves.
Pastagens perdidas
Com as cheias do Arroio Sampaio, diversas plantações na região ficaram submersas por horas durante a quinta-feira. Na propriedade de Elstor Zeidler, 50 anos, dois metros de água cobriram cerca de dois hectares de pastagem, semeada há duas semanas. A perda total da área cultivada implicará prejuízos e o agricultor terá que comprar suplemento para os animais, elevando o gasto com a produção. Zeidlher tem 13 vacas leiteiras e sete novilhos.