Pelo menos 13 salas comerciais estão vazias no centro. Lojistas apontam dois problemas: o primeiro é a proximidade com as cidades maiores – Venâncio Aires e Lajeado – e outro é o alto valor do aluguel.
Foi o aluguel caro que motivou a empresária Luciane Marques a transferir sua loja de roupas do município para Venâncio Aires. Ela diz que agora paga quase o mesmo valor – R$ 1,2 mil –, porém o fluxo de clientes é muito maior. “Mesmo aqui em Venâncio os cliente de Mato Leitão continuam comprando na loja.”
O proprietário de uma oficina mecânica e chapeação em Mato Leitão, Adilson Freitag, acredita que muitos moradores procuram os serviços em cidades maiores por status. “Os preços, os serviços e o maquinário são os mesmos. Mas, o simples fato de poderem dizer que deixaram fazer em Lajeado ou Venâncio atrai mais.”
O empresário Luiz Carlos Pilz tem uma sala comercial de mil metros quadrados no centro e procura inquilino há um ano. Neste período apenas duas pessoas se interessaram pela sala. O proprietário diz que não pretende alugar a sala apenas por seis meses. “Quero que a empresa permaneça e cresça com o município.”
Na sua opinião, o fato de que os empregados de fábricas do município morem em outras cidades influencia na baixa procura em aluguel.
Problema histórico
O prefeito Carlos Alberto Bohn (PSDB) reconhece o problema, mas adianta que isso é histórico e continuará devido à proximidade destas duas grandes cidades maiores.
Ele lembra que anualmente são desenvolvidas campanhas de incentivo ao comércio por meio de sorteio de prêmios em datas especiais – Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal – em conjunto com a prefeitura e a associação comercial e industrial (ACI).
O vereador Igor José Dessoy (PDT) lidera um grupo de trabalho ligado ao Legislativo e ao Executivo que pretende organizar palestras e material de divulgação para serem distribuídos em escolas e eventos para sensibilizar a população a comprarem em Mato Leitão. “Precisamos mostrar a importância de valorizar o comércio local.” Em um mês deve ocorrer um encontro entre os dois poderes e empresários para discutirem ações para o próximo semestre.