O prédio planejado na administração anterior está há oito anos em obras. Inacabada, a estrutura nunca foi usada para sua finalidade. Moradores da localidade precisam levar seus filhos à uma escola infantil distante cinco quilômetros.
Duas mães chegaram ao extremo. Cristina Puhl, 36 anos, mora a cem metros do prédio da pré-escola e parou de trabalhar para poder cuidar da filha mais nova, Milene, de cinco anos.
“Se eu tivesse que pagar alguém para cuidar de minha filha, gastaria muito mais”, alega.
Aos 24 anos, Janaína Isabel Dullius reclama da mesma situação. Mãe de Leon e Lezer, de cinco e três anos, respectivamente, também parou de trabalhar para cuidar dos filhos. “Foi dinheiro jogado fora a construção do prédio”, indigna-se. Ela afirma que o bairro tem crianças suficientes para que o estabelecimento funcione.
Construção em área privada
A creche está localizada nos fundos do CTG Pagos de São Rafael. Segundo o patrão, Ari Marori, os antigos patrões não teriam sido avisados da construção do prédio de 150 metros quadrados.
De acordo com Leandro Johner, vereador do PP, o educandário foi construído para atender crianças das comunidades de São Rafael e Picada Aurora. Foram investidos cerca de R$ 50 mil pelo município. Ele afirma que faltava colocar móveis e funcionários para atender a demanda.
A administração atual não soube informar porque a escola permanece desativada. O vice-prefeito, José Iran Maria, afirma desconhecer o caso e indica a secretária de Educação, Regina Izabel Leite, para responder a questão.
Entretanto, ela diz que não pode responder porque estava em reunião durante toda a tarde desta quinta-feira. Regina informa que assumiu a secretaria em 2009 e as informações sobre a creche de São Rafael não foram repassadas à ela.