Três das sete câmeras de vigilância adquiridas pelo município estão inoperantes há dois anos e sete meses. Foram pagos R$ 268 mil por elas há seis anos e são gastos mensalmente R$ 1,2 mil para mantê-las.
Em julho de 2009, a reportagem apurou que três câmeras não estavam em funcionamento. Após dez meses – maio de 2010 – uma nova verificação apontou que as mesmas permaneciam desativadas. Nesta semana quando solicitado informações sobre o equipamento à Secretaria do Planejamento, novamente as três não funcionavam.
A responsável no setor afirma que na semana passada uma empresa consertou o equipamento e ele deveria estar funcionando. O secretário da Indústria e Comércio, Carlos Alberto Martini, relata que as máquinas são sofisticadas e que precisam de manutenção constante.
Martini diz que a Brigada Militar (BM), semanalmente contata o município para fazer ajustes e limpeza. “Temos dificuldade de encontrar empresas especializadas neste tipo de manutenção no estado”, complementa. Ele diz que caso a polícia tenha dificuldades de operá-la pode solicitar auxílio técnico.
Quatro das sete câmeras foram adquiridas em 2005 e as outras três em novembro de 2008. Lajeado foi a segunda cidade no estado a implantar o sistema de monitoramento. A finalidade é servir como apoio à BM na prevenção de crimes e à Polícia Civil nas investigações.
Inicialmente o sistema era controlado pelo departamento de trânsito do município, mas logo em seguida, a partir de um decreto do governo estadual o comando passou para a BM. Em Lajeado, o órgão de segurança mantém os aparelhos junto à central de atendimento.
Câmeras instaladas
Próximo
– do Banrisul no centro
– da Ciclovia no bairro Florestal
– da Av. Acvat e Alberto Pasqualini (manutenção)
– da Av. Alberto Pasqualini com Júlio de Castilhos (manutenção)
– do Colégio Madre Bárbara (manutenção)
– da Sorvebom
– da Padaria Suíça
No aguardo de mais câmeras
No ano passado o município solicitou ao governo federal um auxílio financeiro para adquirir mais 21 câmeras de vigilância, estimadas em R$ 1 milhão. O projeto enquadra-se no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronaci).
A pretensão é instalar o novo equipamento nos principais pontos de entrada da cidade, inclusive nas rodovias RS-130 e BR-386. O município aguarda retorno a mais de um ano.
BM questiona qualidade das máquinas
O comandante da BM de Lajeado, major César Augusto da Silva, diz que o órgão não assumirá mais as falhas da inoperância das câmeras de vigilância. “Exigimos qualidade no equipamento para permanecer controlando as máquinas”, enfatiza.
O major cita que a cobrança é feita constantemente na prefeitura, mas que ninguém toma providencia. “Nosso servidor precisa usar uma lupa para enxergar as imagens”, ironiza.
Ele afirma que a deficiência das três câmeras não interfere no trabalho. Segundo ele, as que funcionam não têm qualidade de imagem e nem de armazenamento. “É importante ter as câmeras, mas precisam ser de boa qualidade”, complementa.
César conta que há dois anos prenderam um rapaz a partir de imagens das câmeras. O criminoso quebrou o vidro de um carro no centro da cidade e o operador viu e avisou a viatura mais próxima do local. Desde então, o major não recorda de outra ocorrência em que elas foram utilizadas para a prevenção.