Metade das obras na região será trancada

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Metade das obras na região será trancada

A então governadora, Yeda Crusius, anunciou no dia 1° de julho de 2010, que diversas obras de asfaltamento seriam iniciadas no Vale. No total, seriam liberados o equivalente a R$ 116,5 milhões.

obrasEntretanto, tão logo Tarso Gen­ro assumiu o posto de governa­dor, o anúncio de Yeda ficou na promessa. Na primeira semana de 2011, o secretário de Infraes­trutura e Logística, Beto Albu­querque, apontou que o Departa­mento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) tem uma dívida de R$ 275 milhões.

Deste total, R$ 125 milhões são de 145 convênios firmados com municípios e R$ 150 milhões de obras iniciadas e não pagas. O secretário afirma que apenas R$ 13 milhões foram previstos para os convênios no orçamen­to deste ano.

Em reunião realizada nesta segunda-feira com os prefeitos de Forquetinha, Canudos do Vale, Sério e Travesseiro, o de­putado estadual Heitor Schuch (PSB) afirmou que as obras que não foram iniciadas, ou que tiveram menos de 43% realiza­das, serão canceladas.

A notícia não surpreendeu os administradores municipais. Para o prefeito de Coqueiro Baixo, Adelcio Sestari (PP), a decisão do governo estadual “é um absur­do”. Ele diz que esperava que a obra não fosse realizada, sendo promessa política.

Segundo Sestari, durante as eleições, Tarso Genro teria se comprometido a concluir o asfal­tamento que liga o município a Nova Bréscia. A obra de 9,6 quilô­metros estava orçada em R$ 9,03 milhões, mas sequer foi iniciada.

Assim como em Coqueiro Bai­xo, as obras de pavimentação em Estrela, Lajeado e em Cruzeiro do Sul, num total de R$ 6.669.501,30, não foram iniciadas.

O prefeito de Estrela, Celso Brönstrup (PPS), mostrou-se in­dignado com a notícia. Ele afirma que, mesmo fazendo parte do go­verno passado, o asfaltamento na Linha São Jacó seria o único proje­to de Yeda para o município.

De acordo com Brönstrup, o prejuízo maior será para a pre­feitura, que terá de responder porque a obra foi cancelada. “É uma facilidade muito grande o governo cancelar os convênios firmados”, lamenta.

Ele informa que R$ 320 mil desti­nados para a obra estão trancados na conta da prefeitura, pois pode­rão ser utilizados para outro pro­jeto caso desista da pavimentação da São Jacó, o que descartou.

Brönstrup afirma que solicitará uma reunião com Beto Albuquer­que para este primeiro semestre. O objetivo é ter uma posição oficial do governo. Caso a obra seja mes­mo cancelada, ele diz que desisti­rá dela para este ano, incluindo-a no orçamento para o próximo.

Administradores otimistas

O prefeito de Relvado, Jatir Rada­elli, diz que está esperançoso com a conclusão da pavimentação de 16,6 quilômetros no município. Se­gundo ele, 40% da obra, orçada em R$ 14,76 milhões.

De acordo com Radaelli, falta completar a terraplenagem de 6 quilômetros para iniciar a colocação de asfalto no trecho. Ele afirma, se a obra for paralisada pelo governo es­tadual, o município poderá concluí-la. “Se ela não for finalizada, ficará impossível andar por ela”, informa.

O secretário de Obras e Serviços Urbanos de Lajeado, Mozart Lopes, também demonstra otimismo com a conclusão do túnel sob a RS-130, dan­do continuidade à Av. Amazonas.

Segundo Lopes, a obra está pre­vista no orçamento estadual deste ano, faltando o pagamento de uma parcela de R$ 1 milhão pelo Daer para que ela seja iniciada.

O diretor da Conpasul, Nilton Sca­pin, responsável pela pavimentação de Relvado, afirma que ela está com menos de 43% de execução e deve ser cancelada. A empreiteira tem outros três serviços com a estatal.

A pavimentação de Encantado foi concluída e a de Estrela e Paverama foram canceladas. Scapin afirma que aguardará uma posição oficial do Daer, o que acredita que ocorre­rá até a próxima semana.

Sem financiamento externo, obras serão paralisadas

Em Boqueirão do Leão, estava pre­vista a pavimentação de 21,6 quilô­metros que liga o município a Sério. Segundo o prefeito, João Davi Goer­gen, foram feitas a drenagem e a terraplenagem de oito quilômetros.

“Mas efetivamente pronto não fi­cou nada, apenas colocaram uma pequena camada asfáltica para preservar o serviço em cerca de um quilômetro e meio”, afirma.

Para Goergen, as obras asfálticas tendem a ficar paralisadas caso sejam feitas sem financiamento externo, como o Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desen­volvimento (BID).

O prefeito está surpreso por saber que as obras com menos de 43% de execução serão canceladas pelo go­verno e questiona o deputado Hei­tor Schuch. “Não sei se um deputa­do pode acertar isso (de paralisar as obras) com os prefeitos.”

O governador participará do semi­nário da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que será realizada entre amanhã e sexta-feira, em Capão da Canoa. A expectativa dos prefeitos é ter uma posição oficial sobre a conti­nuidade das pavimentações.

Município

Obra

Situação

Valor

Boqueirão do Leão

Ligação com Sério

Trancada

R$ 12,28 milhões

Estrela

Pavimentação da Linha Jacó

Trancada

R$ 1,5 milhão

Lajeado

Túnelsoba RS-130 na continuação da Av. Amazonas

Não iniciada

R$ 2,5 milhões

Paverama

Pavimentação da divisa com Fazenda VilaNova

Trancada

R$ 2,3 milhões

Encantado

Recapeamento asfáltico da av. Padre Anchieta

Concluída

R$ 634,4 mil

Travesseiro

Ligação com Marquesde Souza

Concluída

R$ 9,37 milhões

Canudosdo Vale

Ligação com Forquetinha

Em andamento

R$ 14,62 milhões

Forquetinha

Ligação com a BR-386

Em andamento

R$ 3,29 milhões

Itapuca

Ligação com Arvorezinha e Soledade

Em andamento

R$ 6,53 milhões

Relvado

Ligação com Itapuca

Trancada

R$ 14,76 milhões

Sério

Ligação com Forquetinha

Em andamento

R$ 15,85 milhões

Coqueiro Baixo

Ligação com Nova Bréscia

Não iniciada

R$ 9,03 milhões

Cruzeiro do Sul

Ligação com o bairro Bom Fim

Não iniciada

R$ 2,56 milhões

Capitão

Ligação com Arroio do Meio

Não iniciada

R$ 14,34 milhões

Taquari

Pavimentação da TK-36

Não iniciada

R$ 6,8 milhões

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