Desde agosto de 2010, a região recebeu do governo estadual seis ambulâncias e uma moto-ambulância para implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Contudo, após cinco meses, os veículos permanecem impossibilitados. Criou-se nova expectiva para o dia 25, quando o serviço iniciará, às 15h, no Comando Regional da Brigada Militar de Lajeado.
Entretanto, os veículos ainda carecem de equipamentos. No parque de máquinas da Prefeitura de Lajeado, duas ambulâncias estão estacionadas e empoeiradas. Os motores são acionados, ao menos, uma vez por semana para mantê-los funcionando.
Os veículos foram encaminhados à região em 2010 em três oportunidades: em agosto, a então governadora Yeda Crusius entregou cinco ambulâncias para atendimento básico; no dia 10 de novembro, uma ambulância para atendimento avançado e, no dia 27 de dezembro, a única moto ambulância.
Em todas as ocasiões, Yeda afirmou que o estado estava passando dos últimos lugares, em atendimentos de urgência, para os primeiros. Entretanto, deixou de avisar aos municípios que os veículos seriam entregues sem os equipamentos necessários.
Conforme Maria Beatriz Pegas, coordenadora geral do Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Taquari (Consisa), os membros do consórcio ficaram surpresos quando as ambulâncias chegaram. Segundo ela, os itens básicos, como macas rígidas e colar cervical, tiveram de ser adquiridos pelos municípios. “A gente recebeu tubos de oxigênio sem oxigênio”, diz.
O consórcio, conforme Maria Beatriz, investiu R$ 9 mil para equipar cada uma das ambulâncias recebidas, mas não sabe estimar quanto os municípios terão de investir mensalmente para cobrir os gastos adiconais, como gasolina.
Outro fator foi a capacitação dos profissionais. A seleção ocorreu em outubro, mas as capacitações teóricas e práticas foram realizadas em novembro e dezembro em Porto Alegre. Maria Beatriz ressalta que a agenda dos cursos era organizada na capital.
As bases do Samu serão instaladas em Arvorezinha, Estrela, Encantado, Lajeado e Teutônia. Os hospitais credenciados são os de Lajeado, Estrela, Teutônia e Encantado.
Repasses são insuficientes
O financiamento do Samu é dividido em três partes: o governo federal é responsável por 50% da compra das ambulâncias; o governo estadual fica com 25% e os outros 25% com as prefeituras.
Mesmo assim, Maria Beatriz afirma que os repasses feitos pelas esferas federal e estadual são insuficientes para manter os serviços. Conforme ela, o dinheiro encaminhado aos municípios é fixo – variando de acordo com o serviço de cada ambulância.
A coordenadora do Consisa ressalta que a reposição de materiais, como gases e materiais de limpeza, é custeada pelo consórcio. “Se formos contabilizar os salários dos funcionários, nossos custos são maiores que os 25%”, lembra.
O que é Samu
– O Samu será destinado para serviços de urgência;
– As ambulâncias serão utilizadas para acidentes e atendimentos a pessoas desmaiadas, com hipertensão, problemas cardíacos e outros;
– O serviço será acionado pelo número 192;
– As pessoas precisam detalhar à central todas as informações sobre o acidente;
Importante: Para quem mora no interior, Maria Beatriz solicita que os familiares das vítimas aguardem a ambulância nos trechos de acesso, facilitando o atendimento.
O que faltavam nas ambulâncias
– Macas rígidas;
– Colares cervicais;
– Ferramentas;
– Tubos de oxigênio;
– Materiais de limpeza;
– Luvas e toalhas;
– Materiais para curativos;